sexta-feira, 12 de novembro de 2010

300 days of geek

Pela milésima vez eu assisti meu filme preferido e pela primeira ele me deixou triste, triste pois pela primeira vez me vi, mesmo que brevemente, no papel de Tom Hansen ao invés de Summer Finn. É mais fácil machucar do que ser machucada. Ser machucada é outra história.

Vi nos olhos de Tom o meu sofrimento, a minha angustia. Mesmo sabendo que na ficção os sentimentos dele são muito mais verdadeiros do que os meus na realidade, os meus são caprichos de menina mimada que, talvez, não esteja acostumada a perder algo que lhe parecia tão óbvio.

Como sempre já ergui a cabeça e me dispus a recuperação. Não me afastei, não vou me afastar, eu gosto da companhia e não vou me privar dela. Faço questão de dizer a todos meus amigos que se preocupam: eu me recupero rápido, rápido até demais, aliás, acho que não sei o que é gostar de alguém de verdade, um dia eu descubro, enquanto isso vou sofrendo a toa.




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domingo, 31 de outubro de 2010

Príncipes não existem

Sim, fiquei triste, ninguém me contou, eu vi. Vi que suas últimas atitudes não honram o título de "ser quase-perfeito" que lhe dei, mais uma vez coloquei expectativas aonde não devia (por mais que tente nunca aprendo, na verdade parece que algo não me deixa aprender). Vi também que desculpas foram mal feitas e que apesar da minha baixíssima auto-estima seu gosto é bem pior do que eu poderia ser. Após um sentimento persistente de rejeição que me tirou o sono por alguns dias, me dei conta: se houve algum perdedor nesta história com certeza não fui eu.


Nota: não fazer declarações precipitadas (lê-se: escrever e-mails alcoolizada) a qualquer um que tenha meia dúzia das qualidades que valorizo. Me compreender e decidir o que realmente tem importância pra mim antes de sair escolhendo falsos príncipes por ai.



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domingo, 24 de outubro de 2010

Difi[o]cultando

As pessoas com quem me relaciono tem sido complicadas, não consigo entender, esse papel sempre foi meu. Tenho sido mal interpretada constantemente, ao olhar alheio meus passos tem sido muito rápidos, quando na verdade nunca foram tão lentos. Quebrei barreiras onde não devia, deixei frestas para quem não tem motivos pra passar. Só gostaria de uma tentativa, já que me dispus a correr o risco, mas esta frase não tem atraído boas coisas pra mim nos últimos meses.
Algumas pessoas colocam obstáculos onde não tem ou não sabem formular muito bem suas desculpas, tornam as coisas mais simples em imensas dificuldades, mas não adianta falar, pois:"tem frases que nos despertam, mas tem a hora certa, não adianta repeti-las". Podia ter me polpado dessa vez.





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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Drama e rejeição:

Meus companheiros constantes.

Praga de ex: "Você nunca vai encontrar alguém que te ame como eu".




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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Booom...

Explosão, frustração, decepção!

Mais um nó na garganta, mais uma ferida aberta, mais um drama.

Se bem que é melhor fazer besteiras e sanar a dúvida do que deixá-la corroer. A corrosão da dúvida é mais incomoda do que a ferida da paixão não correspondida, que logo será curada.

Nota: homens que prestam não são pra mim.



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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Só por falar...

Muitas horas por dia pensando como seria se eu tentasse quebrar todas as barreiras de uma só vez, jogar limpo, tentar a sorte. Mas e se eu perder tudo que conquistei nos últimos meses? E se seu olhar for tão duvidoso quanto o meu e eu estiver vendo além do existe?

O olhar é profundo e indecifrável. Já o sorriso é um dos mais lindos e sinceros que já vi, faz tudo ao redor ficar mais lento. Outro sorriso que me encanta e mais, desta vez, me deixa com cara de abobalhada apaixonada. Sim, admito. Tenho me contido a todo tempo pra evitar mais contato, abraços mais longos e mais fortes, olhares mais fixos (tem me pegado várias vezes o olhando fixamente ou buscando algo dentro de seus olhos. retribui). As vontades tem ficado cada vez mais intensas; quando dou por mim já estou me amarrando, amordaçando ou até mesmo afastando, por receio, receio de assustar com toda a minha objetividade. Talvez tenha me apaixonado pelo meu oposto: a personificação do subjetivo.

Quando se trata deste tipo de "coisa" os passos são mais simples pra mim, beijos só por vontade, com nenhum ou pouco sentimento, tanto faz, afinal, está pra nascer alguém que tenha cicatrização tão boa quanto a minha. Cicatrizo com a mesma facilidade que tenho de ferir e ser ferida. Levo as cicatrizes como parte da minha história. Há pessoas que não pensam assim, não têm boa cicatrização e ainda devem ter algumas feridas abertas, pois têm medo de arriscar, medo de sentir mais dor. Fui me apaixonar justamente por uma destas?

Alguém como eu, assim despachada e sincera, talvez iniba ainda mais alguém tão tímido. Já lidei com isso e me prendi por 5 longos anos. Não tenho medo disto, não ajuda e não atrapalha, aliás, não sei porquê tanta dúvida, se no final sei que vou explodir e fazer tudo o que tenho vontade sem pensar nem um pouco nas consequências, é sempre assim, me arrependendo ou não. Acho que meu maior medo desta vez, o motivo de tanta cautela é por saber que ele é alguém que não merece sentir nenhum tipo de desconforto causado por alguém assim como eu, tão inconstante.



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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Mistério

Muito se esclareceu nos últimos dias, coisas que nos últimos sete meses nunca passaram pela cabeça. Meses em que houveram tentativas consecutivas de aproximação frustrada. Esclareceu-se que, desta vez, o problema não sou eu.

Razão de paciência rara com alguém tão complexo. Passo a passo, indo até onde me permite, não quero isso como objetivo e nem centro das minhas atenções, tenho conciência do meu ritmo acelerado e o dispenso desta vez. Não sabia que essa tal paciência era tão eficaz, estou praticando.

Barreiras indo ao chão, segredos contados pela boca e pelos olhos, nunca foi tão lento, tão instigante e tão intrigante. O mistério me faz querer ir até o fim, só espero não me cansar desta vez.




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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Cale a minha boca!

Seus textos já não são tão bons, mas não se preocupe, tudo bem, pelo menos os seus já foram bons um dia. A fase do encantamento já passou e não faz falta.

Durante um curto tempo cheguei a pensar que poderia ser você a pessoa que calaria minha boca e me faria perder a vontade de olhar pros lados buscando aquilo que não tenho, mas como tudo nesses últimos meses, passou depressa e quando vi já tinha certeza que não. Era melhor deixar pra lá, mais uma vez.

Apesar de ter meus momentos de carência, sou (ou aparento ser) demasiadamente independente pra abdicar de certas coisas, ainda mais neste momento tão conturbado, onde cada instante já é passado e o que seduz sempre está longe do alcance. Sinto que isso vai passar, não posso ser assim pra sempre e se for pra ser,se meu sexto sentido estiver errado desta vez, que seja alguém que me peite e diga o que está errado e que não, não concorda com as minhas teimosias de menina mimada, porque se for pra ter alguém pra vida toda que não seja mais um pateta submisso.






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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Muito por nada

Mais de 80 textos. Muito lixo publicado e algum lixo escondido ou deletado. Pouco se aproveita.
Escrever deveria ser uma terapia, mas cada vez que leio, vejo que já sinto diferente. Penso que fazem meses que escrevi quando, na verdade, fazem dias. Fico mais confusa.
As palavras não fazem mais sentido, são desconexas. Colocá-las pra fora já não traz mais tanto alívio, pelo contrário, tanta exposição muitas vezes traz vergonha, pois depois dou-me conta de que há pessoas que lêem o que escrevo. Talvez mais de uma tome posse do que foi escrito, sem saber que logo muda, na verdade nem eu mesma sei. Minhas vontades e sentimentos mudam com uma velocidade que não acompanho mais.
É preciso parar de culpar a falta de progesterona e alterações hormonais, elas contribuem, mas há mais coisas erradas, coisas que mesmo sabendo o que são, não sei consertar.




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terça-feira, 21 de setembro de 2010

"Cafajeste fictício"

O tempo passa, as recordações perturbam, mas orgulho impede transparecer a verdadeira vontade. Ignorar até passar é a única solução encontrada, mas quando menos se espera vem uma manisfestação. O coração dispara, mas apenas algumas palavras são motivo para recordar dos porquês de alguns rompimentos.

A: Como anda seu namorado?
B: Namorado? Já não tenho um desde...ah, você sabe...
A: Mas e aquele feio do nome estranho?
B: O inteligente e gentil? Não sei...nunca foi meu namorado.
A: Ainda bem, você é linda e gos...deixa pra lá. Enfim, pelo que vi, você é demais pra ele.
B: Não sei porque este "dar a entender", já me disse isso tantas vezes com a palavra inteira.
A: É, eu sei.
Tá eu digo mais outras mil vezes[...].
[SILÊNCIO]
A: Me pego relembrando frequentemente de...ah, você sabe tudo o que eu penso sobre você e tudo que vivemos. Lembro de você sempre.
B: Eu também, mas enfim...Contenha-se, você namora.
A: É díficil, não consigo mais escutar nossas músicas e até mesmo chegar perto de você. Sinto medo.
B: Medo?
A: Sim, medo de não me conter, de te querer de novo.
B: Bobagem. Está dizendo isso porque está lembrando...logo passa.
A: Não, você sabe que não é por isso. Penso todos os dias em cada parte do seu corpo, no cheiro, no jeito, na nossa última vez juntos. Ainda sinto vontade de você.
B: Normal, foi especial, mas é passado.
A: Precisava te dizer. Há tempos tento, mas não saía. Tirei um peso.
B: Hum...como se eu já não soubesse de tudo isso.
A: Eu esqueço o quanto você me conhece.
B: Pois é...
A: Bom, vou tomar banho pensando em você depois vou ver minha namorada, não me manda mensagem e nem me liga, por favor.
B: Não acredito no que disse, você não presta! Tome jeito e tenha culhão de assumir a sua escolha, seja ela qual for: ser um namorado fiel ou um cafajeste assumido.




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ps: Absolutamente fictício. Qualquer semelhança com a realidade é meremente coincidência.

domingo, 19 de setembro de 2010

Terceira pessoa/ In no prefixo

Seu ímpeto por só querer pessoas que não são possíveis é incompreensível. A dificuldade é o impulso do seu querer. Porém, como todas as outras coisas para ela, tem prazo de validade.
Ao mesmo tempo que insiste e fixa seu "alvo", se em um prazo estipulado pelo "inconsciente" não for cumprido, desiste. Também esquece com certa facilidade, disso sim tem conciência.

Fixa o alvo, mas não faz nada se isto envolve um bater mais acelerado do coração. Não costuma dar o primeiro passo, a não ser que não haja mudança considerável nos batimentos e seja movida por outro tipo de combustível, um que tem usado demasiadamente e que lhe traz dores de cabeça e arrependimentos no dia seguinte.

Sente-se idiota, não aprende com os erros. Fracassada, escreve sobre si na terceira pessoa, passou a ter vergonha por ser tão indecisa, inconstante e insegura. Encontra vários adjetivos negativos para si quando escreve sobre o que a incomoda.

Decidiu que não fará mais nada, pois quem não faz nada não se arrepende do que fez, e últimamente tem sido melhor se arrepender do que não fez, é menos inquietante e menos vergonhoso.



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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

[volta] Planos

Despretensão [...]
- [não me] Levar [tão] a sério quando necessário
- Importar menos
- Machucar menos; e não deixar que [qualquer um] me machuque tanto
- Viver mais e de forma mais suave
- Dedicação: família, alguns amigos [dar valor as pessoas certas]. Estudo das artes [desenho e música]
- Desinfetar as sextas/aos sábados, para eliminar os parasitas que tentam sugar o que há de bom [e as vezes conseguem]
- Trabalhar a auto-estima e o autocontrole; ser mais seletiva
- Voltar a praticar a sábia arte de ignorar
- Rever os critérios do que se deve planejar e do que se deve "deixar pra última hora" ou "fazer se der"
- Cuidar da saúde
- Sentir menos e pensar mais
- Cumprir pelo menos metade dos itens desta lista.



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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sexto sentido

Mais uma vez meus pressentimentos foram certos, mesmo assim a revelação aperta coração com a intensidade tão grande que parece que o sangue gela, a respiração se perde. De pressentimento pra realidade a mudança é grande. Sempre acontece, deveria acostumar-me.

Meu sentimento só cresce quando escapa pelos dedos e por mais que queira, não posso mais alcançar.

Quando disse ao meu antigo amor que havia semelhanças entre nós ele me disse: "Prepare-se para sofrer". E agora entendo, em você tenho visto um espelho e a grande filha da puta que sou.




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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Curiosidade não mata, mas machuca

Descubro coisas que não deveria, na verdade, não quer que eu saiba. "Não quer", porque deste tipo de coisa, dessas que machucam, você sempre deixa vestígios. Eu, como boa curiosa que sou, sempre acho e o quero saber é sempre uma interrogação. Não estou à disposição.

Aprenda a conjugar o verbo querer.



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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Esclarecimento

A falta de compreensão traz alguns questionamentos que não tem sido respondidos, não por mim. Não entendo mais, se é que um dia entendi. Achei que houvesse algum ponto em comum nesta história curta.

Gosto e sinto falta de forma inexplicável. Passei a demonstrar, pois não sei mais me conter. Alguma coisa mudou e não me contou. Não foi dado tempo para me acostumar. Da água pro vinho. Abruptamente me foi negado tudo o que era dado "facilmente".

Já faz dois meses desde a última vez. Os questionamentos só cresceram, travam na boca. Queria que só uma resposta viesse espontaneamente, mesmo que doesse um pouco. Sou a favor do "quanto antes melhor".

De certo tenho sido carente e dramática. Não deveria esperar compreensão.



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domingo, 29 de agosto de 2010

Palavras pontiagudas

Algumas palavras são pontiagudas, estas quando ditas batem diretamente no coração, que no meu caso, tem ligação direta com os olhos. O impacto faz com que fiquem marejados, a água quer sair, mas tem vergonha, e fica ali atrapalhando a visão até não se conter mais. É instintivo. Deixa as pessoas ao redor sem ação.

Ele sabe quando querem ferir de verdade e quando o outro coração é sincero e não faz por mal, no segundo caso logo passa, questão de minutos. É rancoroso as vezes, quando percebe que não se importam em causar dor, não se desculpam e machucam ainda mais. Esses merecem rancor e não quem traz momentos de felicidade pura e simples e que raramente, por talvez não medir uma palavra ou outra, fere um pouquinho, mas não é de verdade. Eu sei.

Um coração bom e quente se vê pelo olhar, pelo sorriso e pela sensibilidade que se demonstra ao admitir os próprios erros e tirar as pontas finas e cortantes das palavras porque causar dor aos outros lhe fere também.



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sábado, 21 de agosto de 2010

Volta

Bem humorada, hiperativa e sentimental. Volto a me reconhecer. O gelo derreteu, a pessoa fria desapareceu, pois descobriu que seu coração é muito mais forte do que poderia imaginar. Ele ameaça parar as vezes, é tanto sentimento de sua parte, que quando não encontra reciprocidade vacila, a respiração torna-se difícil, mas aguenta firme, afinal, são pequenas demonstrações do que ainda esta por vir. Não resta mais nada a não ser simplesmente acostumar-se. As feridas foram inevitáveis e junto a elas veio a aprendizado de que não deve-se mudar tudo o que há de bom dentro de si por medo da dor, a ausência das coisas boas pode trazer feridas ainda mais dolorosas, geradas pelas privações de não se fazer as coisas com o tal do amor, aquele que é tão difícil de se acreditar.

Acordei e sem o apoio que esperava cair do céu percebi que a minha nova vida tinha alguns pontos errados. Um deles era o coração doído, apertado e quase sempre rancoroso. Entreguei-me: deveria reassumir o meu "velho coração", aquele que tem me feito tanta falta.




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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Egoísmo

Um idiota, bobo, imaturo, que me irritava o tempo todo, mas o único que entendia e sentia o meu pesar. Quantas vezes encharquei-lhe os ombros e o peito com minhas lágrimas? Oferecia-me o colo mesmo quando chorava por outro, porque ao contrário de mim, não era egoísta, não comigo, não que eu soubesse. "O que os olhos não veem o coração não sente", não é o que dizem? Era confortável, acolhedor e quente nos dias mais tristes e frios. A sensação de proteção foi sempre o que importou pra mim.

Me chamou pra fazer as coisas que nunca gostou e não acompanhava-me quando fazia, para ouvir as músicas que mexem com nossas almas e ofereceu-se para cuidar de mim até o sol nascer. Não aceitei. Agora junto com vulnerabilidade vem o ensejo para deixar o orgulho de lado e voltar atrás do não em resposta. Mas egoísmo tem limite e este com certeza excede ao meu.

Mas (in)felizmente, o idiota em questão, esse que sempre me deu acalento, morreu pra mim há alguns meses atrás, posso até sentir saudade, mas a morte não tem volta.




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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Falta

Sopros de decepção golpeiam-me sem dar espaço para a respiração. São rápidos e indiferentes a falta de ar que podem causar. Sopros que tiraram o mínimo de confiança e alegria que restavam. Vazio inquietante e as vezes doloroso.

Há coisas boas a se falar sobre todos, de mim não há nada de bom ou ruim, apenas uma face dita "fácil de interpretar". Conclusão vaga e equivocada. Se não há nada, também não há razão de sentir falta.

Atingiu a minha incredulidade. Decepcionou pela primeira vez. Sou dispensável para aquilo que julguei ser necessário à mim.

O exagero da minha inferioridades foi multiplicado. Os dias depressivos voltaram e os olhos não secam desde a última noite. Talvez algumas dores ficaram mais pesadas por receber a culpa de não saber o porquê da grande tristeza escorar-se nos últimos dias, mas cada mínimo "esquecer-se" ou "não ligar" vira um soco na boca do estômago.

Bobalhona sentimental, valorizo demais e sou valorizada de menos. Quebrei a cara mais uma vez e o pior é que sei que quebrarei mais dezenas de vezes.




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domingo, 15 de agosto de 2010

Buba:

Criança chorosa que precisa de atenção e só tem quando não precisa.


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[re]Pensando...

Meu coração é um brinquedo. Meu porque está preso em mim, mas não sou eu que brinco, não posso. E mesmo se pudesse, não brincaria. Deve ser bem divertido, pois sinto mais de um par de mãos nele. São frias.

O braço torto não era o meu, mas mesmo sem querer fui eu quem dei o meu a torcer, afinal, os sinais pareciam tão claros. Relacionamentos foram rompidos, planos feitos, sempre companheiros, assim seria. Mas pra mim os etílicos não foram suficientes, pra ele foram demais. Não foi e se depender dele nunca será. Não farei mais nenhum esforço pra virar o jogo, já fiz demais.

O sorriso mais bonito eu nunca mais vi. Não que eu não queira ver, acho que ele não quer mais se mostrar. Não sou mais motivo de contentamento, se é que fui um dia. A saudade me entristece.

Foi-se o tempo que tinha azar no jogo e sorte no amor. Agora tenho azar nos dois e mais em uma porção de coisas.



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sábado, 7 de agosto de 2010

Promessas

Mais uma de suas promessas foi quebrada. Já esperava, mas mesmo esperando causou sensação estranha, um aperto no peito, uma raiva incontida. Promessa quebrada por uma mentira, quebrada só pra causar algum tipo de desconforto. Propósito alcançado.

Há dúvida em não saber se o desconforto é por achar que a ruptura foi um tipo de ataque ou algo que não se pode identificar, enfim. Logo passa, sempre passa.

Achei que as minhas promessas seriam quebradas antes, mas tenho dificuldade em quebra-las, mesmo que tenha muita vontade. Não sei manipular pessoas e nem situações. Não tento. Não recebi esse "dom". Vou vivendo como dá. Não quero mais rancor e nem tentativas de vingança.

Quero um coração realmente livre, não só do amor de ontem, mas de todos os sentimentos ruins que tomaram seu lugar durante os últimos meses.


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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Metamorfose ambulante

Confusa demais para silenciar. Preguiçosa demais pra tentar entender. Como um cão correndo atrás do próprio rabo, sou eu atrás de respostas que me levem a algum lugar. Isso não é triste, mas também já perdeu a graça. A busca por algumas respostas não preenchem mais os dias vazios. Cansei. Sei que canso fácil demais, mas a culpa não é minha. O que não cativa cansa. Pronto, resposta encontrada!

Não canso do que me cativa, não desisto. Mas ninguém me cativa do jeito que espero. Meu eterno erro: esperar. Aliás, esperar não é o erro e sim as circunstancias em que espero, elas sim estão erradas. A forma certa não seria a inesperada? O inesperado não é mais eficaz, mais apaixonante?
E volto a correr atrás do próprio rabo.



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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cedendo

A dor emocional me abalou tanto que a física logo chegou. Não me deixaram dormir. Senti uma falta como não sentia há meses, falta de alguém que me acolhesse junto ao peito e dissesse: "Vai passar. Estou aqui". Palavras simples que sempre me trouxeram, se não conforto, alguma esperança de que apesar da dor sentida, havia alguém disposto a me fazer esquecê-la.
Não achei que fosse dizer isto tão cedo, talvez seja o meu estado emocional que tem me deixado vulnerável, mas acho que chegou a hora de baixar a guarda e ouvir outros corações, de preferência um semelhante ao meu.




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domingo, 25 de julho de 2010

No sense

A vida poderia ser menos complicada, os sentimentos mais claros e as pessoas mais sinceras. Não sei o que esperar e se devo esperar algo de alguém, aliás, finjo que não sei pra insistir em esperar só pra ter o desprazer de quebrar a cara por vezes seguidas.
Minha sina: quebrar a cara e o coração inúmeras vezes, e como se não bastasse, perder alguns pedaços.

Absurdamente sensível e confusa, assim eu sou. O que ontem me era indiferente, hoje me causa tontura e mal-estar. Qualquer pequeno desentendimento me causa dor, nó na garganta e uma vontade imensa de chorar até desidratar. Dramática, exagero nas palavras e nas mágoas. Impulsiva, faço e depois penso. Não queria magoar ninguém, mas magoou sem saber. Mentirosa, digo por vezes seguidas que não preciso de alguém e que não quero amor, não queria, se ele existir, agora o quero. Iludida, idealizei a perfeição, mas não a encontrarei. Insegura, nunca confiei e não confio em mim. Incrédula, não acredito facilmente nas pessoas.

Tenho sentido um turbilhão de sensações, boas e ruins. Queria me encontrar, ser encontrada e encontrar. Parar de idealizar, mas ser a idealização de alguém. Não esperar, mas se a expectativa. Ou ao menos, alguma reciprocidade que confortasse e tirasse de mim essa sensação de que tudo é decepção.



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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Repeat

Músicas repetidas me distraem e fazem bem. Não dão oportunidade pra reflexões desnecessárias.

Evitar dores ainda é e sempre será meu lema!



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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Retiro

A janela ficará fechada por um tempo, não quero saber o que se passa lá fora, sol ou chuva, não estou disposta a observar, admirar, deixar entrar e entender, pelo menos não por esses dias. As vezes são necessários momentos de retiro, mesmo que breves. Esses momentos são percebidos quando muitos questionamentos são feitos e poucos respondidos.

De janela fechada a chuva não vai me molhar, causar danos ou deixar doente. O sol não vai aquecer ou até mesmo queimar, próximo ou distante, não trará felicidade, não que eu não quisesse receber, mas parece que ele não está disposto a proporcionar, pelo menos não agora, não pra mim.

Quando o retiro acabar preciso aprender a andar de guarda-chuva, não sei quando a chuva pode aparecer. E a sempre passar protetor, minha pele é demasiadamente sensível, o sol é nocivo, não faz por mal, mas machuca as vezes.




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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Desafio

Te desafio a não continuar a corrente, a quebrar o gelo e talvez quebrar a cara. A deixar de lado o medo, as podas e meias palavras. A descobrir que sou fria só as vezes e a correr o risco de ser com você. A largar a pressa, a obrigação de dar certo e simplesmente viver. A parar de tentar evitar o inevitável, se tiver que acontecer vai acontecer, seja o que for. A não se martirizar, sofrer com conclusões precipitadas. A aparecer sempre que possível, porque sinto falta. A parar só quando houver sinal fechado e tentar interpretar os sinais comigo. A dar a chance de apaixonar e apaixonar-se. A tirar-me de mim, saciar a vontade de beijo, saliva, toque, pele e presença. E por fim te desafio a me dar crédito, parar de acreditar que estou presa ao passado e que não sou um ser apaixonável.

Não sei se haverão decepções, isso não é uma decisão que cabe a nós. Vamos nos permitir, privações não valem a pena. Não sei se pode dar certo, mas também não me preocupo, a minha preocupação está em não saber se te faço o bem que me faz.




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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Hoje

Não chove mais nas tardes de sábado e também eu não choro mais junto a chuva. A chuva sempre aparecia, mas não era ela quem prometia me fazer companhia.
Hoje em vez de chuva é o sol que aparece sem prometer ou avisar, simplesmente chega e coloca um sorriso no meu rosto, sentimentos bons no peito, saudade quando se põe e a sensação boa de saber que mesmo que longe me faz bem.



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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Eterno

Há coisas que não mudam. Falta de palavra e atitude são algumas delas. Coragem também, coragem de assumir o que se quer sem medo do que parecerá para os demais. Mas mesmo que o segredo seja mantido pro mundo, falta assumir pra si mesmo o que ainda se sente.

Quando assumir será tarde demais, aliás, agora é tarde demais. Mais uma vez, tolerância e compaixão foram praticadas e em troca foi recebida mais uma demonstração de "babaquice". Dessa vez o silêncio mudará de lado.

Algumas pessoas não nascem para ser segunda opção. Não toleram e não esperam por muito tempo e acabam quebrando promessas.

Finalmente um ponto final.




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terça-feira, 6 de julho de 2010

Necessário

Pego-me várias vezes pensando em como não aproveitei bem nossos momentos, pois depois fazem-me falta. Apesar da minha ânsia em demonstrar carinho todo o tempo ainda sinto que não foi suficiente e assusto-me ao notar tal necessidade. Nunca fui assim, pelo contrário, suplicas por carinho me eram feitas e quase nunca atendidas.
Sinto falta do cheiro, abraço e presença, mesmo que distante. E sinto ainda mais por achar que esse "sentir falta" talvez não seja recíproco.

Há quem diga que o nome disso é paixão, eu digo que não, mas que pra mim tornou-se necessário. Não sei em que momento e como chegou a isso, só sei que não importa como, não quero viver sem.



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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Confusa

Tudo ou nada, nunca há um meio termo. Não sabe lidar com falta nem excesso. Cuidou só um pouco de seu jardim e houve um panapaná. Tantas borboletas que não sabe a qual dedicar-se. São tão bonitas, tão queridas, tão especiais que para e só as observa (com exceção de uma que tem sido a mais especial). Por mais que não queira dedicar-se a nenhuma, as vezes sem perceber, dedica-se de coração. Mas se pergunta: Não precisava de um jardineiro de vez enquando? Borboletas sabem cuidar de jardins ou só aparecem quando estão bem cuidados?



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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Corrente

Na última conversa ela deixou claro a sua insatisfação e a falta de credibilidade que tem nos homens por causa dele e ele disse que os homens não são todos iguais. Ela pensou: "Ainda bem", mas não disse. Viu a insegurança e esconderijo dele em um novo relacionamento, um lugar seguro de uma pessoa totalmente entregue a quem não a merece. Sentiu pena de ambos, dele por só ter este refugio e dela por ter se apaixonado de forma insana por alguém como ele, cujo sentimento não é recíproco. Ao observar seu entorno teve mais certeza de suas decisões.

Não se pode lidar com os sentimentos alheios antes de aprender a lidar com seus, é egoísta, é cruel. Assumir um relacionamento para apagar um outro é imaturidade. Parece uma corrente para ver quem machuca mais. Ela começou essa corrente, mas não vai terminar.




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sexta-feira, 25 de junho de 2010

DESABAFO/ Sob efeito do álcool/ Borboletas fdp

Aquela frase idiota das borboletas faz sentido pra mim agora: "O segredo é não correr atrás das borboletas.É cuidar do jardim para que elas venham até você". Borboletas filhasdaputa. Parece que correm no mesmo sentido, só que mais rápido e você nunca as alcança. Se ficar "parado" e se preocupar mais com você e menos com elas, elas vêm, então vai ser assim. Não irei atrás de mais nenhuma, vou cuidar do meu jardim, ou...sei lá. Aliás, não farei mais planos. É! Foda-se essa frase também, já deixou de ter sentido. Vou fazer o que me der vontade, na hora que me der vontade e se houver vontade. E na verdade não preciso de borboletas, eu preciso é de um jardineiro, as vezes, talvez...É, as vezes! É bom ser cuidada de vez enquando, mas sempre tira a paciência. Um jardineiro freelancer sem carteira assinada, é isso! Mas sempre é oito ou oitenta. Há alguns desencontros. Definitivamente seres do sexo masculino não sabem interpretar sinais e muito menos eu sei. Levo como der e se der pra levar.

Evitar dores é meu lema.




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quarta-feira, 23 de junho de 2010

Em algum lugar no tempo

O álcool aflora sua sensibilidade. Ouviu uma música chorou sem entender o porquê. Depois doeu ao reconhecê-la e recordar dos bons momentos. Lembrou do que ouviu dele há poucos dias, da dificuldade de estar perto e vê-la, mas que conseguiu se segurar e que esperava que ela encontrasse alguém que a ame como ele. E ao lembrar de outra música disse em resposta: "Não guarde mágoa de mim, nem desapareça. Talvez eu não saiba amar, nem mesmo te mereça". Houve um momento de nostalgia, mas não se arrependeu. O término fez bem para ela.

Agora tem o silêncio novamente, é o que recebe sempre que o machuca, mas não se importa mais. Viverá sem ele, quanto antes acostumar-se melhor. Na verdade já se acostumou faz algum tempo.

Tornou-se uma pessoa "fria" quando o assunto é este tipo de amor, está desacreditada. Nunca foi das mais apaixonadas, oscilava entre momentos de pura paixão e demonstrações desesperadas de amor e outros de indiferença onde as mais belas palavras e gestos afetuosos não a impressionavam em nada. É difícil agradá-la, é imprevisível.

Hoje é mais cautelosa consigo mesma, não tem pressa, não acredita tão fácil em juras de amor, dúvida e diz. Envolve-se despretensiosamente, não visa grandes amores, relacionamentos sólidos ou nada do tipo. O que tiver de ser será. Expectativas dificilmente trazem coisas boas, em sua maior parte trazem decepções. Está feliz sem isso que chamam de amor!



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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sem volta/ plágio

Não adianta me procurar, você não vai mais me achar onde deixou. Encontrei o meu lugar, talvez seja triste (pra alguém) por não ser perto de você, afinal, tantos planos foram feitos, o futuro parecia tão certo. Mas esqueci o caminho de volta e estou mais feliz do que a quase 5 meses atrás.
Caminhos totalmente diferentes foram tomados. Seguimos estradas opostas.
Agora fica difícil entender como durou tanto tempo.


Disse: "Existiu amor".



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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Mesmo santo

Não, você não ama. E você também não, não está apaixonado. E você, ah você nunca disse nada do tipo, então está bom.

O mesmo estereótipo físico e personalidades totalmente diferentes. Cada um com seus defeitos e virtudes. Um trio de sorrisos, um trio de encantos. Só um faz o coração bater mais rápido, mas nenhum inspira amor.



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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Incógnita

É cativada, mas não cativa. As vezes acha que cativa, mas é por pouco tempo, logo se dá conta do engano. O legal se torna chato. Torna-se desinteressante. É facilmente substituída. Cheia de imperfeições. Só a conseguem suportar os que a amam de verdade.
Nada está bom, quer sempre mais, mas ao mesmo tempo o simples lhe faz feliz. Se irrita a toa. Quando falam dela leva sempre pelo lado negativo e se chateia. Sua auto-estima nunca foi muito boa, havia melhorado, mas sempre tem recaídas. Não se aceita e não faz nada pra mudar.
Não sabe interpretar sinais para aproximar-se ou afastar-se, sempre deixa o momento certo escapar. Se diz forte, mas não o é sempre. Ela mesmo não se entende. É uma incógnita para os outros e para si.



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Quando você não esperar vai doer e eu sei como vai doer. Vai passar como passou por mim e fazer com que se sinta assim, como eu senti, como eu vi, como eu vivi, como eu cansei de tentar.
Eu sei que vai ouvir, eu sei que vai lembrar, vai rezar pra esquecer, vai pedir pra esquecer, mas eu não vou deixar. Eu não vou deixar.




Já esqueci.


ps: adaptação trecho Milonga.
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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Sintomas de paixonite aguda

Perdi o sono por você, bendito!
E você não sabe e não vai saber.


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Arrependimento[s]

É honesta [lê-se boba] demais, não quer compromisso algum, mas sua conciência é demasiadamente puritana. Há quase 4 meses não beija outra boca que não seja a dona do sorriso mais bonito que vira na vida. Não por amor,nem falta de oportunidades. Há sim, muito carinho, mas não é por conta disso e sim por não conseguir. Sua conciência a acusa.

Não se priva por ninguém, mas por si. Logo se arrepende. Esperou tanto tempo por algumas oportunidades para disperdiça-las sem pensar muito. Logo se arrepende. As vezes sente que só a boca dona do sorriso que a cativou é merecedora de seus beijos. Quanto a isso algumas vezes se arrepende de pensar, mas não de fazê-lo. Tem vergonha de dizer ao seu parceiro de brutalidades [
o mais ignorante e um dos mais queridos] o que guarda há tanto tempo. Não se arrepende, no fundo ele sabe. O momento oportuno parece nunca chegar.

Não cobra de ninguém postura semelhante a sua, afinal é uma escolha tomada sem opiniões e palpites alheios. As vezes se chateia por deixar transparecer seu lado sensível, frágil e carente. Se chateia, pois percebem que não é tão independente assim, que apesar de ter aprendido a viver consigo mesma as vezes precisa de alguém por perto, por mais que não queira.




Com pressa de viver?
-Nenhuma!

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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Otimista

Acordou bem consigo mesma. Viu a confirmação de que aquele que dizia estar por todo sempre já arranjou outra para estar por todo sempre até que dure até sei lá quando. Pensou e disse: "Chocou, doeu, passou", na primeira vez não era totalmente verdade (apesar de não ter doído como achara que doeria), mas agora é verdade. Agora pensa:"Vá com Deus, vá em paz, que seja feliz...ela tem mais a ver com você. Se é que me entende" e agora até ri disso e lembra no que ouviu dele e pensa: "Nossa, ela parece comigo é? Tá bom então! Cuidado, rs". Se recupera rápido deste tipo de frustração, rápido até demais.
Acordou bem por perceber que amanhã será um dia especial para os "enamorados" e vai passá-lo com as amigas (as mais lindas e especiais). É sim, feliz por isso. Não teve as preocupações que antecediam as datas "especiais" para ela, nem a chateação de perceber que o namorado pela quinquagésima vez deixou tudo pra última hora e fez tudo de qualquer jeito e demonstrou pra ela que não presta atenção nas formas que ela expressa sua personalidade. Aliviada, livre e finalmente feliz, aprendeu a viver consigo mesma!


"Um belo dia resolvi mudar
E fazer tudo o que eu queria fazer
Me libertei daquela vida vulgar
Que eu levava estando junto a você
E em tudo que eu faço
Existe um porquê
Eu sei que eu nasci
Sei que eu nasci pra saber
E fui andando sem pensar em voltar
E sem ligar pro que me aconteceu
Um belo dia vou lhe telefonar
Pra lhe dizer que aquele sonho cresceu
No ar que eu respiro
Eu sinto prazer
De ser quem eu sou
De estar onde estou

[...]"

Agora só falta você? Aaaah, não falta não, não falta mesmo!



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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Menos títulos, mais sinceridade

Após algum tempo fazendo amizade com mais homens que mulheres pude perceber: homens são ótimos amigos e cafajestes em potencial.[P O N T O ]

Encontrei raríssimas exceções que, ou escondem muito bem ou realmente tem um caráter exemplar. Outros depois de uma certa idade dizem-se "recuperados", mas eu particularmente não acredito. Mas quem sou eu?!

O que me deixa mais descrente quanto ao sexo masculino é que transformam-se em três seres distintos quando o assunto é relacionamento, são: um para namorada, famíliares e pessoas do convivio social. Outro para os amigos mais intímos. E mais um para as próximas "vítimas".

Para a namorada, famíliares e pessoas do convivio social: um cara cegamente apaixonado, não permite que ninguém imagine a quantidade de cafajestagens que faz. É um bom ator.

Para os amigos: conta todas as pilantragens, ri alto e mal se lembra da existência da namorada.

Para as próximas vítimas: neste caso depende, hora é bom moço, talvez discreto ou até descarado. Isso depende de quem está atacando, antes de mostrar-se verifica o terreno. Pra mim na maior parte das vezes são descarados.

No caso dos amigos é que tenho mais experiência (apesar de haver suspeitas de que fui a namorada traída durante anos, mas como não sabia essa experiência não conta muito pra mim). As frases que escutei:

-"Vou terminar, a menina é muito chata, nada a ver comigo. Cheguei ao limite!"
(uma semana depois depoimentos apaixonados e um "namorando" no status do Orkut)

-"Eu namorando? Nunca, ninguém me muda assim em tão pouco tempo!"
(um mês depois aliança no dedo)

-"Oi amor [...]. Tô cansado, vô sair daqui e ir direto pra casa, boa noite, dorme bem, te amo".
(vai direto pra gandaia e já tem esquema definido)

-"Eu acho que daríamos certo juntos. Que acha de namorar comigo?". - "não"
(pouco tempo depois namorando com outra)

-"Se eu ficar com você eu vou te pedir em namoro logo em seguida. Certeza!"
(frase repetida no mínimo 10 vezes pra meninas diferentes e continua solteiro)


Perdi as contas de quantos enchem a boca pra dizer: "MINHA NAMORADA" e depois...É melhor deixar pra lá. E AI de você se falar que ele é cafajeste, ele imagina em você a face da namorada e diz: "Eu cafajeste? Nunca. Eu amo minha namorada!", para a encenação e ri ou não, continua firme acreditando na própria mentira.

Fora as coisas que acontecem comigo:"Olha eu tô namorando!". Tá é? Então sai do meu pé. E muitas outras coisas que não merecem ser comentadas, dá desgosto.

Não acredito mais em relacionamentos, pelo menos até que me provem o contrário. Não vejo mais um casal que eu olhe e pense: "Nossa, esses se amam. Com certeza vão se casar". Tenho visto muitos relacionamentos supercificiais, comodistas e cheios de mentiras. Pra ser assim por que colocar títulos nas relações? Prefiro não ter títulos, mas sentimentos mais sinceros.


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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Seja você

"Eu não te completo
Você não me basta
Mas é lindo o gesto de se oferecer
O que eu quero nem sempre eu preciso
Mas dê um sorriso quando me entender
Seja você
Seja só você..."

terça-feira, 8 de junho de 2010

Braço torto

Agora com a liberdade os olhares voltam a se entender. Disfarces aos poucos vão caindo. As lutas fantasiosas não convencem mais, nem aos dois e nem aos espectadores. Há mais de um ano sabem, disfarçam e se batem pra não abraçarem. Só sabem fazer um ao outro rir até a nuca ou a barriga doerem, é válido, mas sempre quiseram mais, só não sabem como e o que fazer. Os braços não se dão a torcer e um deles não se dará, mas não faz mal, um já tem o braço torto mesmo, acabará cedendo.

domingo, 6 de junho de 2010

Quebre as correntes


E o que fazer
Quando não estão mais nem aí para você?
Quando seu mundo não passa de uma prisão?

E o que dizer
Quando a sua vida não é igual a da TV?
Quando as pessoas tratam mal seu coração?
(Quebre as correntes)

Prometa não chorar e não se arrepender
Não chorar...não chorar...
O que você precisar se encontra em você
Não Chorar...não chorar...

E como agir
Se mãos amigas se transformam em punhais?
E todos acham que você não é capaz?

E o que sentir
Quando até mesmo você chega a duvidar
Que ainda existe alguma chance de virar
(O jogo pra você)

Não vou deixar desmoronar
Castelos que eu construí
Com minhas mãos na areia
A vida tem de prosseguir

Prometa não chorar
E não se arrepender
Não chorar... não chorar...
O que você precisar
Se encontra em você
Não chorar... não chorar...


Lucas Silveira


Os verdadeiros

Expus desesperadamente a necessidade de um abraço. Aos prantos, pedi sua presença, a dor era muita. Só apareceu depois de dois dias. Não adiantou tanto como adiantaria na hora em que pedi, a necessidade diminuíra, afinal, não há necessidade do abraço e presença de alguém que espera a hora mais cômoda e não a que há sede de algum afeto, para fazer jus a sua importância. O orgulho de esperar seu momento egoísta só me fez reconfirmar: é, definitivamente não foi feito pra mim como sempre disse.

Os que se importam e que queriam estar perto não podiam e os que podiam, não queriam e simplesmente viraram os rosto pra não ver. Nas horas difíceis você vê quem se importa de verdade, os verdadeiros amigos. E os meus dá pra contar nos dedos de uma mão só.

Faltam palavras


Nossas vidas tomarão um novo rumo sem você. Você era meio rabugento e díficil de lidar, mas vai ser pior sem você aqui. Foi repentino, essa semana você estava aqui brincando conosco e sem nenhum aviso sumiu. Talvez tenha ido atrás do seu amor, mas seus filhos não mereciam isso. Filhos não deveriam perder seus pais tão cedo.

É muita tristeza, muito vazio, não há muito o que dizer.

Vá com Deus, que encontre sua paz.


terça-feira, 1 de junho de 2010

Rifa-se um coração



Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste
em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um
pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste
de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um idealista...Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a
esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando
relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer
sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional
que abre sorrisos tão largos que quase dá
pra engolir as orelhas, mas que
também arranca lágrimas
e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado
por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para
quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem
passar pela vida matando o tempo,
defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer
para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e,
se recusa a envelhecer"
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por
outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate
tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda
não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence
seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta


Clarice Lispector


segunda-feira, 31 de maio de 2010

Amor fail, Paixão mode on

Não é do amor que sinto falta. Aliás, ultimamente não tenho acreditado nele. E se por um acaso ele existir não é tão sólido quanto diz sua reputação. Existiu pra mim um dia, mas dissolveu. Acho que daqui pra frente não existirá mais.

Da paixão correspondida sim, desta eu sinto falta e muita. Das descobertas, do encantamento, da falta de ar e da aceleração do coração, das noites de sono perdidas, dos vicios adquiridos que só são entendidos entre duas pessoas. Da expressão patética, da leitura do olhar e do bom humor constante. Apesar de nos últimos meses odiar gente apaixonada, acho que é isso que tem me faltado.


Receita de Buba


Indivíduos distintos na falta de algo que os ocupasse resolveram fazer uma receita só por diversão. Poucos iniciaram a tarefa e adicionaram primeiro as boas coisas: amor, carinho, fidelidade, cumplicidade, amizade, compreensão...Para eles parecia tudo muito bom, mas na visão de outros que observavam, o que havia de bom acabara e achavam que ainda não era o suficiente e adicionaram: indiferença, inveja, falsidade, ciúmes, ignorância, raiva...
Enfim, estava pronto! A massa parecia homogênea para a maioria (aqueles que decidiram adicionar o que não era bom), porém provaram e a receita era incomestível para eles, estavam cegos para perceber que se a receita estava ruim era por causa deles, afinal não tiveram bom senso ao prepará-la. Se não gostavam daqueles ingredientes por que o adicionaram a receita? Já os poucos que adicionaram as coisas boas souberam distinguir e separar a parte que haviam adicionado e aproveitá-la, a bondade era recíproca, deram o que tinham de melhor e receberam a melhor parte.


Quantidade e qualidade são coisas distintas. Ser o suficiente pra poucos que valem a pena e sabem reconhecer o que há de bom e desprezar a parte ruim já me basta.


sábado, 29 de maio de 2010

Incerteza

Não há mais certeza de nada. A palavra TALVEZ repete-se muitas e muitas vezes todos os dias. Talvez isso e aquilo. Mas talvez isso não seja ruim. Melhor viver na incerteza do talvez do que gerar expectativas por conta de uma certa certeza, que no final só gera frustração.

Talvez...vai saber?! Sei lá...

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Sinônimo

A necessidade das presenças certas é constante, presenças que recarregam de boas energias, enchem de ânimo, dão esperança e alegria que dura por dias. A expectativa de algo bom que valerá a pena e que enquanto não acontece ocupa a mente e distrai da desgastada, cansada e maçante rotina.
Presenças que fazem perceber sentido em pequenas coisas, conversas, risadas, carinho e companhia mesmo que seja para não se fazer nada.

E eis que surge a descoberta, o desanimo tem outro nome: SAUDADE.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Enganado[re]s

Mentiras são disparadas a todo momento, dos lugares mais inesperados, das pessoas que dizem que te querem bem. No fundo todos sabem a verdade, enganados e enganadores. O enganador tenta convencer-se de que não estão fazendo mal algum. Já o enganado finge nada ver (até pra si mesmo).

Fechar os olhos para evitar pequenos atritos é bom, evita desgastes desnecessários. Mas fechar os olhos para grandes enganos é burrice.

Enganados:

Se conhece alguém assim não adianta alertar, enganados são cegamente burros. Estes só veem o que querem ver. Amam os mentirosos e menosprezam os verdadeiros. Têm mania de perseguição e geralmente são muito inseguros. Se poupam do sofrimento momentaneo da perda e preferem o longo sofrimento da incerteza. São manipuláveis. Mergulham de cabeça na mentira e por isso são protegidos da verdade nua e crua por serem considerados demasiadamente frágeis.

Enganadores:

Da mesma forma não adianta alertar, são mais burros que os enganados, acham que sempre se darão bem, afinal os enganados nunca duvidam/duvidarão deles. Só enxergam sua satisfação pessoal. Suas mentiras passam a ser verdades assim que proferidas, são uma espécie de compensação pelas frustrações do passado (frustar outras pessoas não apaga o que passou). São tão convincentes que enganam a si mesmos. Mas nada é pra sempre.

Resumindo: Têm que se ferrar mesmo. É errando que se aprende, alguns nem assim aprendem.


Meu porta moedas está cheio e eu vejo os dois lados de cada moeda. É decepcionante ver o caminho que estão tomando, mas enfim, cada um escolhe o seu caminho e esse é o deles e não o meu.

Quanto a mim, sou parte enganada e parte enganadora. Nenhum dos dois me domina, com o tempo aprendi a desconfiar e proteger-me. Engano (somente os enganados natos) e deixo-me enganar. É a minha multipolaridade agindo quando me convém.


sexta-feira, 21 de maio de 2010

Aracnofobia

Eu como toda mulherzinha sempre tive medo de qualquer bichinho que tivesse várias patinhas, andasse rápido e fosse considerado asqueroso, mas isso nunca me atrapalhou e nem causou grandes traumas. Porém, de um ano pra cá passei a ter PAVOR de aranhas devido a um sonho que tenho com frequência.
O engraçado é no sonho a aranha está na direção em que estou dormindo e quando acordo assustada continuo vendo a aranha por alguns segundos no mesmo lugar do sonho, o que faz parecer ainda mais real. Na primeira vez que sonhei a aranha estava no teto, acordei e a mirei por alguns segundos, sai correndo arrastando cobertor e tudo mais, pedindo socorro a minha irmã. Meus pais acordaram, reviraram meu quarto, mas não acharam nenhuma aranha. Mesmo assim eu achei que era verdade e tive dificuldade de dormir por alguns dias.
Nos sonhos seguintes a aranha se aproximava, porém estava menor. Ela apareceu na minha cama diversas vezes. Minha irmã se acostumou e sempre tentava me acalmar dizendo que era só um sonho.
Fiquei alguns meses sem ter esse sonho, mas nos últimos dois dias o tive novamente (nunca o tive dois dias seguidos). Mas agora houve outra mudança, eu acordo com os movimentos rápidos da aranha. É como se ela estivesse construindo sua teia próxima a minha cama, mas ela se descuida e fica pendurada e emaranhada na própria armadilha e se debate muito e muito depressa.
Eu me pergunto: por que de repente passei a ter pesadelos com aranhas? Qual o significado disso? Por que sonho sempre a mesma coisa?
Busquei significados de sonhos, mas não acredito nisso, acho que cada pessoa tem que buscar o significado para o próprio sonho, não existe um só significado pra todos os sonhos com dentes, cobras, aranhas, enfim...Só sei que não aguento mais acordar assustada no meio da noite.
Não tenho rezado antes de dormir, todos estão me dizendo que é isso, vai saber?!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Que o Deus venha

Mesmo para os descrentes há o instante do desespero que é divino: a ausência do Deus é um ato de religião. Neste mesmo instante estou pedindo ao Deus que me ajude. Estou precisando. Precisando mais do que a força humana. Sou forte mas também destrutiva. O Deus tem que vir a mim já que eu não tenho ido a Ele. Que o Deus venha: por favor. Mesmo que eu não mereça. Venha. Ou talvez os que menos merecem mais precisem. Sou inquieta e áspera e desesperançada. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que não sei usar amor. Às vezes me arranha como se fossem farpas. Se tanto amor dentro de mim recebi e no entanto continuo inquieta é porque preciso que o Deus venha. Venha antes que seja tarde demais. Corro perigo como toda pessoa que vive. E a única coisa que me espera é exatamente o inesperado. Mas sei que terei paz antes da morte que experimentarei um dia o delicado da vida. Perceberei – assim como se come e se vive o gosto da comida. Minha voz cai no abismo de teu silêncio. Tu me lês em silêncio. Mas nesse ilimitado campo mudo desdobro as asas, livre para viver. Então aceito o pior e entro no âmago da morte e para isto estou viva. O âmago sensível. E vibra-me esse it.


Clarice Lispector

Música: http://letras.terra.com.br/barao-vermelho/193075/


aBUrrida

Dor de cabeça e vazio no peito, é o que sinto agora.
De tempos pra cá ouvi diversos questionamentos sobre a mudança no meu comportamento e a minha expressão apagada, pois me viam desanimada e eu sempre fui elétrica, até demais. Estes comentários tem ficado cada vez mais frequentes, estão sendo feitos até pelas pessoas com quem eu me alegrava mesmo estando triste. Mas não há resposta, eu não sei o que acontece. Na verdade no fundo talvez eu saiba, mas tenho medo de admitir até pra mim mesma, então prefiro dizer que estou cansada. Cansada realmente estou, aliás, muito cansada. Cansada de tudo e de todos. Mas não é só isso. Vontade de desistir de tudo me persegue, queria poder jogar tudo pro alto, mas isso não resolve nada, pelo contrário, mas mesmo sabendo a vontade não passa. Queria que passasse.
Não quero voltar atrás e tenho medo de seguir em frente. Enquanto não arrumo coragem permaneço aqui, estagnada: chorando quase sempre, sorrindo quando há motivo, me estressando e evitando as pessoas, me revoltando com a vida mediocre que estou levando e escrevendo quando não aguento mais.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Carapuça

Pegou sua carapuça, que aliás, caia-lhe muito bem, jogou-a pro alto e esperou que alguém a vestisse e servisse da mesma forma. Disse:
- Hey, você que faz isso e aquilo?!
E pensei:
- Sinto muito, mas a mim não serve, essa é só sua, foi feita sob medida.
Mas fiquei em silêncio desta vez, afinal, estou evitando atritos nas minhas relações pessoais e parei de perder tempo com gente mais insegura que eu.

O pouco que sobrou

Eu cansei de ser assim
Não posso mais levar
Se tudo é tão ruim
Por onde eu devo ir?
A vida vai seguir
Ninguém vai reparar
Aqui neste lugar
Eu acho que acabou
Mas vou cantar
Pra não cair
Fingindo ser alguém
Que vive assim de bem

Eu não sei por onde foi
Só resta eu me entregar
Cansei de procurar
O pouco que sobrou
Eu tinha algum amor
Eu era bem melhor
Mas tudo deu um nó
E a vida se perdeu
Se existe Deus em agonia
Manda essa cavalaria
Que hoje a fé
Me abandonou

Marcelo Camelo

Não vou me preocupar

"Não vou mais me preocupar", quantas vezes já disse isso?! Inúmeras. Juro que não busco mais os tropeços e mancadas alheios, mas parecem que os fatos atiram-se no meu rosto para que com o impacto eu abra os olhos. Mas não vou abrir, não me incomodo mais (tento acreditar). Não vou me preocupar.

Estou tentando trilhar o caminho certo, mas choveu forte e está um pouco escorregadio. Quanto ao caminho dos outros, cada um sabe de si, se não forem honestos isso já não é um problema meu, afinal, não vou mais me preocupar.

O amor está perdendo seu significado, foi banalizado. Poucos sabem o que ele é de verdade, talvez eu esteja no meio deles, mas não vou me preocupar.

Pessoas são decepcionantes e estou cansada de decepções. Por enquanto chega. Não vou mais me preocupar.

Olhares são mentirosos, inclusive o meu, não tenho toda essa malícia que veem nos meus olhos. Sou bem diferente do que pareço ser, pensem o que quiser eu não vou me preocupar.

Sou áspera, mas sou verdadeira, não sei fingir. O lado ruim disso é que as vezes sou grossa com quem não deveria ser. Não sei me conter e não vou me preocupar.

A vida prega várias peças, dá algumas rasteiras e cansa bastante. Mas enfim, faz parte! Não é uma visão conformista, não vou aceitar as coisas mais desprezíveis só porque mudá-las me dará trabalho, só não quero mais absorver cada ato rotineiro e mesquinho da espécie humana, isso não muda e NÃO VOU ME PREOCUPAR.

Não vou me preocupar, não vou me preocupar, não vou me preocupar,
não vou me preocupar, não vou me preocupar, não vou me preocupar,
não vou me preocupar, não vou me preocupar, não vou me preocupar,
não vou me preocupar, não vou me preocupar, não vou me preocupar,
não vou me preocupar, não vou me preocupar, não vou me preocupar,
não vou me preocupar, não vou me preocupar, não vou me preocupar,
não vou me preocupar, não vou me preocupar, não vou me preocupar,
não vou me preocupar, não vou me preocupar, não vou me preocupar,
não vou me preocupar, não vou me preocupar, não vou me preocupar [...]






sexta-feira, 14 de maio de 2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Um mundo

Em três meses fizemos um mundo, o nosso mundo. Três meses que parecem anos, que parecem parte de um passado distante. Mas esse tempo passou rápido, porém, devagar. Mal me lembro dos anos que vivi e daquele velho mundo monótono e de verdades isoladas.
Não tenho mais saudade da vida de antes e não me vejo mais sem a vida de hoje. Quero cada vez mais meus amigos por perto, a liberdade de ir e vir e o pensamento livre do peso das coisas que deixei de fazer. Só quero envelhecer e olhar pra trás sem me arrepender da vida que levei. Mas até lá olhar pra frente é minha meta.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Primavera

A rosa murchou. Não foi mais regada, foi privada da luz do sol. Ninguém mais dedica seu tempo a ela. Sente-se sem importância. Seria mais bonita e cheia de vida se tivesse quem a cuida-se. Talvez seja a hora de fincar raízes, desprender-se desta dependência, mas rosas são egoístas, precisam de atenção e não assumem estar erradas.
A primavera chegará, mesmo que fora de hora, mas será percebida, pois a rosa dará sinais.

domingo, 9 de maio de 2010

Sentimental



"
Se ela te fala assim, com tantos rodeios, é pra te seduzir e te ver buscando o sentido daquilo que você ouviria displicentemente. Se ela te fosse direta, você a rejeitaria."



Sem brincadeira

Só falo o que sinto, mesmo que precipitadamente, não me podo. Mas sinceridade as vezes é ruim, preferia ser menos sincera, menos sentimental, pra que ser se não acreditam? As dúvidas me ofendem. Pessoas não são brinquedos. Criar fatos ilusórios supondo o que eu sinto, fatos que são o contrário do que digo, tolice. Quem sabe dos meus sentimentos sou eu! Foda-se, acreditando ou não, eu ainda dou valor, mas agora calada.



sexta-feira, 7 de maio de 2010

Prazer, eu sou a raposa!

[...] E foi então que apareceu a raposa:

- Boa dia, disse a raposa.

- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.

- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...

- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...

- Sou uma raposa, disse a raposa.

- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...

- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.

- Ah! desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

- Que quer dizer "cativar"?

- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?

- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?

- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?

- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?

- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."

- Criar laços?

- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...

- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...

- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.

A raposa pareceu intrigada:

- Num outro planeta?

- Sim.

- Há caçadores nesse planeta?

- Não.

- Que bom! E galinhas?

- Também não.

- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua idéia.

- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.

O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor... cativa-me! disse ela.

- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.

- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.

- Que é um rito? perguntou o principezinho.

- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.

- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...

- Quis, disse a raposa.

- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.

- Vou, disse a raposa.

- Então, não sais lucrando nada!

- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois ela acrescentou:

- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

Foi o principezinho rever as rosas:

- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.

E as rosas estavam desapontadas.

- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:

- Adeus, disse ele...

- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.

- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...

- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.


ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY