segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Há algum tempo venho postergado uma vida leve. Não quero e não vou mais me sentir culpada por me fazer bem. Minha evolução, no momento, está ligada a minha liberdade. O meu único compromisso é comigo mesma. Meu bem estar é deixar tudo o que me cansa e que posso deixar pra trás. Tudo o que me machuca, tudo que só vai e não volta, tudo o que não é uma troca. Só carrego o que serve pro meu futuro. O que passou, passou. Não quero consertos ou voltar ao passado. Não me entenda mal, cada um escolhe o que é melhor pra si. Não vejo, não leio, não escuto, não sinto. A curiosidade não me alcança e se, por um acaso alcançar, eu continuo a andar como se não fosse comigo, como se fosse alguém que eu não conheço mais.
Mais uma vez vejo uma fresta de esperança, eu me colocando a frente é um sinal da minha cura e, talvez, quem sabe, da minha maturidade emocional? Me quero cada vez melhor pra viver bem comigo mesma. Sem sufocar ou ser sufocada. Quero soma, troca. Me doar pra quem merece e receber sempre o que eu mereço. Nada a mais, nada a menos. Só o que eu mereço.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Inverno

Um momento ruim me faz esquecer de muitos bons. Ingrata ou emotiva? Acho que talvez os dois. Esquecer sempre foi difícil. Metrô, casa, rua, jantar... lembrança ruim não tem hora pra chegar. Invade os momentos mais impróprios. Não sei segurar o choro, minha garganta dói. E eu achei que seria diferente. Nunca é. É sempre mais do mesmo. O frio me dói como há três anos e eu só estou esperando a hora de acabar.





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sábado, 23 de abril de 2016

S.O.S

Tenho tido crises de ansiedade de novo. Meus medos todos voltando. Medo de andar sozinha na rua. Medo da infelicidade profissional. Medo da depressão, das crises e dos surtos. Medo de nada nem ninguém nunca atender minhas necessidades emocionais e sexuais. Medo de perder. Medo de viver. Medo de morrer. Medo de ficar doente de novo. Medo de chorar em público. Medo de parecer fraca. Medo de ficar sozinha. Medo de fracassar. Medo de expor meus sentimentos. REssentimentos. Medo de nunca esquecer. Todos os medos que não me deixam sair do lugar. Me paralisam e sufocam. Eu não consigo respirar. Meus olhos incham, minha pele arde e a cabeça dói. Eu não aguento mais.

domingo, 17 de abril de 2016

Eu sinto que tomei posse, que é completamente minha, essa sensação, essa síndrome de rejeição que sempre me acompanhou. A sinto porque sempre dei demais e nunca soube receber ou nunca recebi ou vou receber em quantidade equivalente a minha doação. Me doo demais. De doar e doer. Me culpo demais. Encuco demais. Talvez esteja precisando de menos. Me preocupar menos, pensar menos, dar menos e me amar mais.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Clichê bonito

Foi tudo tão rápido, há três semanas estávamos trocando as primeiras palavras. Eu, falando incontrolavelmente do cachorro que não me deixava dormir, verborragica, como se já o conhecesse e ele, atencioso, prestando atenção em tudo, preocupado veio perguntar depois se o cachorro havia me deixado. Nós mal sabíamos que aquelas seriam as primeiras de muitas conversas desde então.
Alguma coisa mudou, o meu pulso ficou acelerado, a respiração ofegante, veio a ansiedade de ver alguém como há tempos não sentia. Eu tive muito medo de me sentir assim de novo, mas veio sem que esperasse e me caiu muito bem. Sou eu mesma, sem podas ou descontroles. Sou eu de novo fazendo piadas sem graça e dando carinho sem receio. Ele aceita tudo da maneira mais doce e gentil. Eu me rendo a todos os clichês: o cheiro, o gosto, o sorriso, som da risada tudo de mais bonito se espalhando pelo quarto enquanto me deito em seu peito e ouço seu coração bater mais forte quando me chama de amor em vez de querida. De fato, ainda é muito cedo pra declarações, mas voltando aos clichês "parece que a gente se conhece há tanto tempo" que eu fico feliz em escapar um apelido carinhoso ou uma cara de apaixonado de vez em quando e isso me faz querer dividir muito mais dias com a pessoa que vem mudando meu humor e, de alguma forma, a minha vida.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Nota:

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As pessoas se doem pelas minhas palavras, eu não sei mentir, preciso aprender.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

"A minha pele arde quando escondo o ódio dentro de mim..."

Comecei a ler "Amor líquido" do Zygmunt Bauman e é inevitável não lembrar da pessoa que revirou a minha vida sentimental. Passei a odiar a pessoa que por um tempo me tornei. Me sentia pouco atraente, sem atributos físicos e uma personalidade sem graça e doente. Passei a aceitar que era uma mulher feia e realmente me tornei. A psicossomatização diz que a minha pele queimava e soltava do meu corpo porque eu odiava ser eu. Só agora eu paro e penso em como isso é triste. Como deixei alguém cuja a personalidade me soava patética despertar as piores coisas em mim? Veja bem, não o culpo, ele tem não culpa do que é, não tem culpa de ter crescido em uma bolha. Ele não era mau, só patético e dependente. Eu deveria ter ido embora enquanto era tempo, esquecer a superficialidade que me atraia pra viver minha vida sem todo aquele entulho que não me pertencia e que deixei estragar uma parte da minha vida, demorou muito pra colocar todo lixo pra fora. Hoje duas ou três lágrimas de sanidade me escorreram, finalmente estou alcançando a tão desejada clareza e a volta da satisfação em ser eu.




domingo, 17 de janeiro de 2016