segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

O décimo sétimo: bonito, muito mais feminino do que eu. Cabelos longos, ondulados e claros, olhos azuis e pele perfeita. Conversamos como amigos a noite toda. Foi chamado de garota muitas vezes, não se importa mais. "Isso que dizer que sou bonito e bem cuidado", ele dizia com um tom de leonino que se ama e se conhece. Beijos que se encaixaram, mas foi só isso. O décimo oitavo: não sei nem se merecia nota, escorpiano, apesar de bonito, inteligente, gostoso e tantas outras qualidades, não me tocou, e depois de umas horas, de um dia para o outro, mesmo tendo desejado demais tudo aquilo que estava acontecendo, já não tinha mais graça e eu só sabia desejar o décimo nono que veio no mesmo dia a tarde. O décimo nono: sagitariano, o tipo de pessoa por quem eu me apaixono e procuro. Grande, parece tímido, sorriso bonito, despretensiosamente carinhoso...mas é sempre a mesma coisa.

Parece que o remédio tem deixado tudo sem cor. Sempre mais do mesmo, sem empolgação a longo prazo. E mesmo quando há me conformo que o fim é sempre drama. Minha obsessão já não me dá mais tanto prazer. Queria encontrar o meio termo entre minha paz de espirito e os prazeres saciados. Queria o meu eu sem remédio, mas sem a tristeza e ansiedade que vem junto.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Numa tarde de domingo, depois de um sábado que não deu em nada, o décimo quinto veio me lembrar de coisas antigas e me fazer rir, nem tudo foi como eu queria, mas foi bom pra lembrar de muitas coisas das quais havia esquecido. O décimo sexto eu já queria há 3 anos e uma semana depois de eu lembrar de como eu o queria ele reapareceu e foi mais do que eu podia esperar. Entre eles dois, em meio a uma discussão política, eu e a mania que tenho de envolver cu nas conversas, me rendeu uns beijos no opositor, mas esse não entra pra conta. Desde então tem sido só rejeição. Um misto de abstinência e vontade de me resolver. E eu quero mais os que não posso ter. Eu estagnei na terapia, por causa dos sonhos que eu fico presa. Aquele da praia que a maré me leva pra dentro de uma casa e eu não saio porque não sabia nadar, agora eu sei, mas no sonho continuo não sabendo. E o outro que estou presa no trânsito ou perdida numa situação de tensão como uma guerra civil tentando achar alguém que eu não sei quem é. São questões que não sei se têm relação, não sei por onde começar. Talvez eu só não queira admitir, mas perdi meu norte, voltei muitas casas e estou presa e perdida como nos meus sonhos. Antônio diz que devem ser importantes já que se repetem tanto e que tenho que pensar até entender. Eu só queria voltar ao nível de conforto do meu segundo mês de remédio. Conflitos não são o meu forte, mas eu não quero aumentar a dose.