segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

um ano desde término

O décimo segundo foi uma briga de forças. Me faltava o ar só de olhar as expressões. A maneira sensual de se mover, de mexer nos cabelos longos, de aproveitar cada centímetro sem pressa. O décimo terceiro foi como se fosse um velho amigo que reencontrei e me apaixonei pelo sorriso e a perfeição de cada traço. Me analisou por costume, bebemos, fumamos, rimos e nos demos muito bem até perceber que tínhamos tanto em comum que as vezes era necessário seder. O meu décimo quarto foi o que deveria ter sido o quarto e também não foi o sexto, aquele que eu queria tanto e finalmente entendi e aprendi duas lições: nem toda rejeição tem a ver comigo e me colocar disponível em dias que a minha vontade atrapalha os meus sentidos raramente me traz coisas boas.
Espero que a minha busca me traga mais pessoas como os dois e menos como o último que poderia ter vindo antes mas, na verdade, não deveria ter sido nada. Preciso ignorar o ego e entender os sinais que eu tanto peço.

vai doer, mas vai passar

A hora que você descobre que suas paranóias são, na verdade, realidades é a mais dolorida. Meu corpo todo começa a formigar lentamente, o enjôo vai crescendo até se tornar numa ânsia tão grande que quero me vomitar do meu corpo. Eu não tenho o direito de pensar que é difícil ser eu no alto dos meus privilégios, mas há horas que dói tanto que eu só não queria ter vivido coisas boas pra não sentir que não sou merecedora de vivê-las novamente.
Todo o progresso que tenho feito e ando tantos passos para trás. A história sempre se repete e por que?
Sinto que nunca sou o suficiente, apesar de sempre ser demais. Carinhosa demais. Atenciosa demais. Gorda demais. Nunca o suficiente.
A minha busca pela minha liberdade me custa caro agora. A minha cabeça não me dá uma folga. A vontade de não ser eu sempre volta, mas também sempre passa.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

São Paulo, 02 de outubro de 2018

Tudo o que eu faço você acha que é pra você. "Como você sabe? Não nos falamos há mais de dois meses". Eu só sei. Agora talvez seja pra você. Queria que o universo te levasse toda a energia emanada pela minha saudade. Que você sentisse do outro lado desse abismo emocional que a gente precisava se despedir e conversar direito. A sensação de inacabado me persegue, a mágoa me tirou a força de falar. Não quero expor, seu sentimento de exposição não vem de mim e sim de você. Repensa, e eu digo de novo, larga o orgulho e volta, vamos acabar isso direito ou não. Já disse que viveria um looping daquele mês? Viveria, mas sei que não conseguiria, muito menos você. O que me res...

São Paulo, 09 de outubro de 2018

Não tive tempo de terminar o texto acima que ficou no rascunho. Pensei diversas vezes em terminá-lo nesses sete dias (meu número da sorte, acabei de me dar conta que está aqui presente novamente) e não consegui. Estou aqui ouvindo uma música que sempre me aperta o coração e ela diz:  I will surprise you sometime, i'll come around. Oh, I will surprise you sometime, i'll come around, when you're down. Mas já não sei se quero mais isso.
Hoje acordei com a sensação de tudo esquecido, sem dor de saudade ou sensação de mal resolvido, me surpreendi com a falta disso que parecia já fazer parte de mim. Acho que estou pronta pra seguir e lembrar como só uma lembrança boa, sem a parte triste do fim.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

numerologia 7

Vinte e cinco dias e eu chorei de saudade. Se você me ler, volta. Eu esqueço que você foi um babaca sem noção só pra ver seus olhos vidrados em mim e seu sorriso sem jeito que eu não tenho nem mais fotos pra lembrar (como se eu conseguisse esquecer). Até os cheiros que eu não gostava me trazem lembranças boas de você.
Se a gente é mesmo tão parecido, você também deve estar sentido minha falta, mas não vai dar o braço a torcer. As tuas iniciais, tem meu número da sorte e no dia que te encontrei eu tive certeza de ter tirado sorte grande. Não é possível que eu tenha me enganado tanto.
Eu falei o que você não queria ouvir, mas esquece o orgulho. Não quero que seja meu, só quero por perto as vezes. Notícias suas. Os cheiros, de olho e de pescoço, de carinho e de saudade de vez em quando. Os meus melhores beijos desse ano foram seus. As melhores trocas. Eu apaguei e escondi tudo que me lembrava você, mas não dá pra me colocar dentro de uma gaveta. Nada do que eu faça está adiantando. Se você me ler e sentir tudo de novo, esquece o orgulho e volta.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

sempre adiante

Dezessete dias e eu não chorei nenhuma vez, não sei se é conformismo ou o remédio fazendo efeito. Minha pele começou a melhorar, minha raiva é cada dia menor. Eu ainda respiro fundo e bato algumas portas, mas eu nunca mais machuquei a mão. Meu apetite aumentou, comecei a engordar. Adeus auto estima. Não diminuiu minha líbido, mas estou com preguiça de transar. Os caras que tem me aparecido foram violados por outros homens como eu já fui, a empatia nada ajuda. Voltei a fumar a minha erva e fico muito feliz, e as vezes muito reflexiva. Crio organogramas e esquemas mentais. Em voz alta falo todo o ciclo cognitivo da minha mente, tento explicar que no fim se volta ao início, mas ninguém entende. As vezes eu me sinto muito sozinha mesmo sentindo todo mundo me apoiando, é como se eu perdesse os sentidos no meio de uma multidão. É tudo novo, eu ainda estou me acostumando. Recomecei o meu caminho de auto conhecimento e não tem como voltar atrás. Eu só sinto falta de quem não deveria sentir, mas não vou preencher minhas faltas com mais ninguém.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Com 29 anos, 9 meses e 10 dias de idade, meu primeiro antidepressivo. Nesse meu histórico escrito dá pra perceber que precisava dele há mais tempo. Só agora com a cabeça que não funciona mais, um cansaço extremo e um choro que não cessa, aceitei e esqueci o meu medo de dependência pra enfrentar esse desespero que é o meu medo de solidão. Do ceticismo em que me encontrava me apeguei ao misticismo. Meu horóscopo, iching, tarô e todo tipo de runas disseram que chegou a hora de eu enfrentar a minha solidão e, de alguma forma, antes disso eu senti que era necessário, caminhava pra isso nas tantas vezes que fui mal interpretada. Minha solidão não é deixar de sair com os amigos ou transar sem compromisso. A minha solidão é quando eu volto pra casa e tenho que me encarar de frente e sentir tudo sem o barulho dos outros, me sentir, entender e aprender tudo o que se passa aqui e só eu posso. Espero que ele limpe essa nevoa escura que tem perseguido meus pensamentos pra eu aprender mais um pouco, sem pisar em ninguém e não deixar ninguém pisar nem um pouco ou muito mais.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Eu lembro daquele dia, eu vendo ele de longe pela primeira vez. E todas as primeiras vezes, como foram lindas aos meus olhos. O dia que ele falou que nunca ia me chatear e disso martelando na minha cabeça no dia que o ego dele me atacava sem motivo. Já faz quase um mês e, apesar de não passar mais mal quando penso e de minha pele queimar menos, ainda me dói um pouco ter me enganado tanto. Ainda fico sem ar.
Amanhã eu vou pro médico, já que eu não devo contar com ninguém, já que eu não posso ter crises, mas tenho que entender as crises dos outros como motivo de ser magoada. Amanhã eu vou pro médico pra me cuidar e parar de voltar sempre pro mesmo lugar, aquele onde eu nunca quis estar.

terça-feira, 31 de julho de 2018

O absurdo que é se doer, ou achar que é pra você coisas que estavam na minha vida antes de chegar. É um ego muito grande, eu não consigo entender. Eu sempre pago pelas minhas paranóias, e agora também pelas alheias. Eu queria dar espaço e fazer bem e fui acusada de cobrança, a última coisa que eu fiz. Eu atraio gente que me ataca quanto mais eu recuo. Viro saco de pancada sem saber porquê. Não ofendo ninguém, muito menos na hora que a mágoa lateja aqui dentro, porque como boa rancorosa que sou, sei muito bem o peso das palavras. Eu sei que palavras não voltam pra dentro da boca. Não dá pra desdizer e eu nunca esqueço. Cada frase áspera me fez mais alguns poídos na pele que já não aguenta mais esse corpo. Quando eu acho que alguém vai me entender por ter uma alma parecida com a minha, vejo que é tudo diferente. Julgada e acusada culpada de sabe-se lá o que. Já tinha passado, não tinha porquê de voltar pra pisar um pouco mais.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Não consigo comunicar, a sensação de nó me doendo parece que vai romper minha garganta. Me culpo por cair nas mesmas dores. Acreditar no mesmo tipo de pessoa. Me expor e me envergonhar por ser quem sou, achar que a culpa é toda minha. Ninguém quer estar do lado de alguém como eu. Eu sei dar tudo que eu tenho de bom, mas parece que não sei receber, ou não sou digna de receber nem compreensão e consideração. Eu estou exausta de querer fazer as pessoas se sentirem especiais e me sentir um lixo por causa delas. Exausta de deixar de fazer as coisas que me distraem por relacionar as más lembranças e guardar tudo que há de ruim até minha pele queimar. Eu estou exausta de viver na minha pele.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

[frágil]

Tento não pensar. Quando penso acho normal. Minutos depois tento adivinhar o que se passa pela cabeça dele. No dia seguinte fico triste por achar que é falta de consideração sumir assim. Tento me limitar ao que cabe a mim, mas minha pele queima há 3 semanas. É bom porque o que a gente tinha estava mascarando todo o resto que tava errado. É ruim porque eu estou com dor. Dor de saudade, de não entender nada o que tá acontecendo. Dor de achar de novo que era só verdade pra mim, mesmo ele dizendo que não. Perdi o interesse de tudo, a vontade, recusei até o que quis o tempo todo antes dele chegar, meu karma me quer de novo, mas eu só tenho vontade que tudo isso acabe logo. Que eu aprenda o que tenho que aprender pra essa sensação de nó me doendo de novo ir embora e eu ter de volta minha pele e minha confiança.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

quebrar as correntes

Eu prometi que se nesses dias de folga ele não quisesse falar comigo eu que não ia querer mais. Se é pra resolver com outra pessoa envolvida que seja rápido, se não eu resolvo mais rápido ainda aqui dentro da minha cabeça. Eu me sinto melhor em relação a isso, mas desde que passei a pensar em me afastar tudo que me aparece tem o nome dele. Eu apaguei tudo, mudei tudo que era só dele, só nosso. Mas tudo vem me lembrar. De ônibus até restaurantes que servem paella. Nunca vi esse nome com tanta frequência. Parece que o universo não quer que eu esqueça o mês que passamos juntos. Me dói só de lembrar. 

Ele veio pedir desculpas e contar más notícias. Parece que sentiu minha promessa, do prazo que eu dei dentro da minha cabeça. Eu entendo tudo, mas eu queria que nada disso existisse. Queria viver num looping daquele mês e não pensar em mais nada. Infelizmente as feridas tem que ser curadas, as dificuldades superadas e as lições aprendidas. A gente podia se livrar  de tudo isso antes de conhecer pessoas incríveis.

Minha pele voltou a descamar de ansiedade. O álcool voltou a me fazer chorar de saudade. A história de estar cheia de nada. Sem saída, sem talentos... não faço mais nada direito. Escrevendo só pra desabafar e esperar isso tudo passar. Encontrar alguém assim num momento desses é muito injusto. Minha memória cada dia pior não é mais motivo de comemoração. Eu confundo sonho com realidade. Eu só quero que tudo acabe bem.

domingo, 8 de julho de 2018

call out my name

Meu vazio não vem da falta e sim do excesso. Excesso de nada, estou inchada de nada. Me sinto vazia, mas a ponto de explodir. Eu cansei de transar com todo mundo por medo de me relacionar com a pessoa que me faz sentir do jeito que eu gostaria de me sentir o tempo todo. Eu tenho medo de nunca me achar e engatar uma coisa na outra e sempre voltar pra esse mesmo lugar que não quero estar. Eu quero ser a pessoa que me faz sentir do jeito que eu gostaria o tempo todo. Eu quero aprender a dizer o não que eu tanto escuto mesmo quando não é dito. Eu queria gostar de ficar sozinha.

sábado, 7 de julho de 2018

15x0 - o décimo primeiro

Há uma semana o conheci. Os 15mil km viraram um abraço no bar aqui do lado. Eu sabia que ele seria alguma coisa: foi o "décimo primeiro". Ele sente minha tristeza de longe e tenta me ajudar a entendê-la pra manda-la embora. Me levou pra beber, dançar e cumprir as promessas dos últimos meses. O padê levou tudo embora em 5 ou 6 parcelas no período de 2 horas. Eu tentei o que podia, mas a conexão se extingue quando se foge da realidade. Me ajuda a encarar a minha e foge da dele. Eu não entendi nada, não parecia a pessoa que diz: "eu tô sempre aqui pra você", não tá aqui nem por ele. Mais um desapontamento pra conta.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

stonehenge

Me sinto vazia e cheia demais quando a ansiedade chega. Não sinto nada e sinto tudo, quero fazer declarações precipitadas. Odeio me sentir invasadora do espaço alheio. Não sou a favor do ideal romântico de se lutar por quem se gosta, de estar ao lado a qualquer custo. Eu levo o não ao pé da letra. Eu só espero que tudo fique bem seja como for.

sábado, 23 de junho de 2018

triade da água

Eu sinto que eu não posso me dar satisfeita com nada. Que não posso acreditar em nada e nem ninguém. Tudo me doí exageradamente e me tira o ar. A velha síndrome de rejeição parece que é a única que não me deixa e eu estou cansada. Cansada de sentir tudo em muita quantidade: a paixão, a raiva, a felicidade e principalmente a tristeza. A tríade da água é um inferno na terra. Eu só queria um outro mapa.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

10º

o décimo surgiu. eu não quis dar atenção, mas dei. melhor coisa que eu fiz, melhor do que eu podia imaginar. sintonia, conexão e vontade. não queria me despedir. eu tinha que segurar, não estou. segurar também o riso bobo na rua enquanto os dois se viram ao mesmo tempo pra olhar mais uma vez a despedida. eu disse que eu não queria, mas eu quero. uma rosa, uma camisa de flanela no meio da noite fria. semelhanças que assustam e aproximam. uma nova voz, um novo sorriso, a soma como o do karma com um toque especial de cheiro no olho e afeto sem jogo. eu tô escrevendo esse texto mal escrito pra não esquecer. tô escrevendo pra lembrar do dia que eu conheci uma das pessoas mais especiais que se tem notícia. lembrar que me senti assim também. querer me sentir assim pra sempre.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

quinze.

O décimo ia ser finalmente o quarto que seria o sexto e ele fez de novo, pela terceira vez. E eu cai de novo, pela terceira vez?! Décimo também pode ser um que está a 15mil km, mas não sei se aguento mais tanto tempo. Mesmo se ele não for o décimo eu quero que seja algo, porque ele mexe com todas as coisas adormecidas em mim. Passei os últimos 15 dias com ele na cabeça em vários momentos e eu valorizo a troca que tem acontecido. Eu queria que o décimo fosse o quinto, o meu karma, aquele cheiro. Queria que o décimo fosse aquela voz que nunca consigo conhecer. Eu queria ficar satisfeita. Tento fugir de confusão, mas eu sinto falta. Falta da minha vida em movimento e da busca pelo meus desejos não reprimidos.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

karma

Quarta foi o oitavo que não me cativou. Quinta quem seria o nono não pôde aparecer. Sexta o primeiro que seria também o décimo não quis, impôs condições e eu preferi seguir a minha vida. Na mesma sexta a promessa de 31 de dezembro foi cumprida e o que não era nada foi o nono. Estou me devendo um décimo melhor pra ver se esqueço o quarto que teria sido também o sexto, o do medo. Quero esquecer também o quinto que eu quero engolir e encontrar de novo toda vez que eu sinto o cheiro da barba dele em algum lugar. O meu décimo poderia ser aquela voz que me compreende e me entende em dias aflitos, que me arrepia a espinha, mas nunca consigo ver. Ou o meu décimo poderia ser aquele de 4 anos atrás que conheci e quis inteiro no meio do meu trabalho. Me devo melhores pra não me culpar pelos fracassos deles, mas ter o merecido e ir embora de novo, satisfeita e livre de pesos emocionais que não são meus.

terça-feira, 27 de março de 2018

(a)braços quentes desenhados

Terminei os meus desenhos. Eu não aguento mais. Quarta tenho o oitavo. Quinta o nono. Sexta o décimo que também foi o primeiro. Tirar o atraso do recesso. Quero o nono como quis o quarto que também foi o sexto. Estou com preguiça, mas quero tentar. Passei muito tempo quieta, quero confusão. O oitavo é parecido com o décimo que...eu já disse que o décimo foi também o primeiro? Me cheiram bem. Querem mais do que eu quero e as vezes o melhor presente que eu posso me dar é dar ao devoto o que quer de mim sem esperar nada em troca. Geralmente é uma boa surpresa, se não for eu não estou esperando nada mesmo. Eu já disse que quero confusão? Só quero a confusão que antecede a calmaria. Braços quentes desenhados. Ando muito esquecida, com a sensação de que não cabe nada mais aqui. Preciso abrir caminho, substituir lembranças. É muito cansativo viver de cabeça inchada.

sexta-feira, 16 de março de 2018

SEXtO

O meu seu sexto, foi o quarto que voltou diferente numa sexta qualquer. Como antes ele fugiu. E eu não sei porque insisto. O meu sétimo foi o quinto que voltou num sábado que a falta do sexto que era o quarto me pegou. Me coloco em muitas furadas. Vou dar uma pausa. Terminar meus desenhos aqui e depois eu volto. Depois da pausa espero que o oitavo seja mais como o terceiro e menos como como o segundo e o quinto que também foi o sétimo.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Ontem faria dois anos e, quando lembrei, tentei me distrair porque achei que pudesse doer. Não doeu. A indiferença que eu sinto não faz jus a todo o afeto que um dia eu senti. Ele apagou tudo com a última atitude egoísta. Obrigada. Mas mesmo assim, pra mim é muito estranho dada a minha obsessão e rancor típicos de uma escorpiana. Eu desapeguei como nunca. Eu vivo melhor. Eu me sinto melhor e sinto que mil outras pessoas podem me dar coisas melhores, como já deram. Vou aprender a aproveitar sem o peso de tudo que foi construído em mim até então.

Três meses de término e já me apaixonei cinco vezes. Primeira vez pela beleza, segunda pelo carinho, terceira pela afinidade, quarta pela voz e a quinta pela combinação de tudo isso numa quinta pessoa totalmente diferente das outras quatro. Eu já fiz tudo o que queria ou não, e estou aberta para me apaixonar pelo sexto, sétimo, oitavo...e eu tô apaixonada por mim e pela liberdade de fazer o que eu tenho vontade. Apaixonada pelo mar de possibilidades sem as mesmas chateações com as mesmas pessoas todos os dias. Isso me tira a ansiedade. Não quero dar satisfações e nem receber. Não quero mais ninguém "pra sempre" até me curar dos sentimentos de posse e tudo que me oprime e me aprisiona.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

A voz me corta o peito enquanto coloco a música no repeat. Eu já ouvi um milhão de vezes e não acredito que ela vem de quem vem. Me parecia tão tímido. É tão grande quando canta. Entro num mar onde as ondas quebram na beira e fico à deriva esperando próxima faixa, mas eu volto sempre pra mesma. Sonhando sozinha. Me lembro daquele dia que o conheci, na roda de todas as bocas que eu já beijei, e ele sem jeito, sem conseguir me olhar. Eu só queria ouvir essa voz de perto. Mais de perto. Exorcizar tudo que eu sinto quando ouço, rasgar o peito e depois esquecer de tudo como tenho feito. Eu vou esquecer tudo, e por isso, estou registrando tudo pra no futuro ache os vestígios e veja que eu tentei e talvez, tenha conseguido. Não me farei mais mal algum.