terça-feira, 2 de novembro de 2021

Quebrar as correntes

Tirei o tarot algumas vezes sobre nós nos últimos dias. Nem existe nós há muito tempo. Já houve? Eu fico confusa, me achando louca por estar presa a tanto tempo em algo que o tarot diz que, as vezes você se lembra e outras não. Ele sempre diz algo mal acabado, como se um ainda estivesse na vida ou pensamento do outro. Estamos ligados? Ou a minha vontade faz uma leitura tendenciosa pra não achar que me angustio sozinha? 

Eu usei da forma errada, fiz de um dos jogos um oráculo que me disse que deveria falar com você, mas eu tenho muito medo de escancarar a verdade. Direcionei toda minha energia pra ver se você falava comigo como um sinal se também se angustiasse as vezes. Quis tanto falar nos últimos dias que vomitei sem motivo. Sonhei que falei, estava num bazar que eu ia me desfazer de coisas antigas e você lá, nos abraçamos com saudade, foi real e estranho abraçar com intimidade alguém que não vejo a tanto tempo. Falei muita coisa, tudo, e você me dando respostas vagas, transparecendo o medo de falar algo errado, sumindo na multidão e eu gritando seu nome pra finalmente me desperdir pra sempre e você não ouvia e eu não conseguia dizer adeus. Eu já tentei com meias verdades pra não parecer totalmente fora da realidade. Recebi resposta. Na época omiti e distorci o que eu sintia e muitas vezes ainda sinto pra ver se, se tornava realidade.

E eu me sinto um fracasso emocional. Medo de viver o mesmo looping com outros personagens. Eu não tenho mais disposição. Desse jeito dói. Quero aprender outras formas, mas na teoria é diferente e na prática eu desisto desde que você se foi.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

6/6

 Odeio quando acordo com cheiro de passado. Entenda, não é um cheiro bom de lembrança, que te remete a um passado agradável. É um cheiro de mofo que te leva a velhos dias tristes que apertam no peito e dão nó na garganta.

terça-feira, 30 de março de 2021

coração sagrado 🖤

Esse coração sagrado na parede, de novo, não é meu. Você quem fez, eu comprei porque parecia comigo. Com você. Um coração preto, mais simbolico impossível. É nosso. Ele fica acima de mim quando eu deito na cama e, as vezes, eu penso se é ele que pesa tanto. Daqui uns meses faz três anos e ainda dói. É muita mágoa, saudade e tristeza que eu não entendo, não esqueço... Eu já falei, já coloquei pra fora e não passa. Acho que nunca vai passar porque não tem volta e eu queria que tivesse. É essa vontade que me mata, que eu não entendo, não esqueço...

Stonehenge - Fresno



quinta-feira, 18 de março de 2021

Parece que meus sentimentos do início do ano estavam certos. Voltamos a um ano atrás, mas com muito mais doentes e mortos e, muitos menos leitos. Estou sem trabalho de novo, mas apesar de triste estou aliviada, em casa sinto menos medo. Mas o medo de quebrar mais um osso é real. Ando com cuidado, sentindo o chão firme sob os pés e mentalizando: eu não vou cair eu não vou cair eu não vou cair...Pelo menos meu velho vai ser vacinado ainda esse mês.

Sinto dor constante no peito, falta de ar e outros  sintomas relacionados. Já fiz dois testes, não tenho e nunca tive contato com o vírus, mas ele me sufoca o tempo todo. 

domingo, 3 de janeiro de 2021

pandeminha

Acordei no primeiro dia do ano tomada por uma dor generalizada, falta de esperança e medo do que pode acontecer. Desde 2017, ano após ano tive grandes crises e a minha vida foi piorando aos poucos. Coração partido em pedacinhos que parecem me faltar. 

Na verdade as coisas vem mal desde muito antes, conforme fui saindo da minha bolha cristã e fui tomando consciência do mundo. Observei minhas metas dos últimos 5 anos e muitas se repetem porque nunca as alcanço. Por mais que eu me esforce pareço não merecer. Não é nada demais, é o básico pra uma vida mais ou menos, mas talvez eu mereça mesmo que tudo sempre acabe mal, que eu sinta que é tudo uma bosta. Tem gente que nasce pra sofrer ou pra fazer drama. Se ao eu pudesse colocar a culpa no meu mapa astral; a tríade de água. Mas eu ando tão cética que não ia colar. 

Eu não aguento mais ouvir falar de energia. Quer dizer que a vida da pessoa é uma bosta por culpa dela? Enfia "o segredo" no cu. Deixa eu sentir minha "bad vibe" e lavar ela de lágrimas pra ela passar, depois tomar o meu remédio 20 dias corretamente e voltar pra terapia. Milagres não existem. Eu quero me tratar com alucinógenos e mandar drogado goodvibes tomar no cu. 

Não vejo a hora dessa pandemia acabar pra eu quebrar o código de paciente e psicológo e dar um abraço nele e dizer que tá muito difícil sem terapia. Eu quero respirar sem ajuda de antidepressivo e sem máscara.


ao som de não - Tim Bernardes



quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

2020 pra fuder

Esse ano foi muito difícil mas, graças ao deus que não sei se acredito, não perdi ninguém que eu amo. Quebrei mais um osso. Tive que enfrentar tantos medos que meu peito ainda dói sem tempo pra respirar. Hoje é o último dia desse ano amargo e estou sentindo um misto de alívio e pavor. Alivio por ter acabado e pavor do que nos aguarda. Não sei se posso suportar um terceiro ano horrível. 


ao som de Abandon window - Jon Hopkins.   



quinta-feira, 10 de setembro de 2020

rancor.

Eu tenho tanta autoconfiança no poder de cura do meu acolhimento e amor que, as vezes, eu tenho plena certeza que posso curar com um pouco de cuidado, abraços quentes, ouvido atento e o cuidado que posso dar. Eu mesma não me acolho, cuido e dedico assim por mim. Ninguém tem essa capacidade de curar feridas alheias magicamente, já do oposto todos têm e já experimentei o gosto salgado do choro engolido tantas vezes que não seria possível contar. É mais difícil quando tenho que perdoar o mesmo erro várias vezes, eu não consigo e muitas vezes eu não quero.

sábado, 16 de maio de 2020

Carta não enviada


Faz muito tempo que eu acho que tenho que falar com você, mas é difícil porque a gente nunca sabe como está o outro lado. A tentativa de alívio pode trazer mais mal entendidos se não for interpretada com a mesma intenção que é feita. E nossa comunicação já foi cheia de más interpretações. Estou escrevendo só pra organizar o que quero dizer, mas talvez nunca te envie isso.
Não sei como foi pra você a nossa última conversa há quase 2 anos atrás, mas pra mim foi muito ruim e sempre que lembrei de você ou dessa conversa me senti muito mal.
Primeiro porque eu fui babaca, eu não gostei de você me apontar algo que não gostou da forma que fez, te achei presunçoso e em vez de eu só falar que não era você e que tinha sido uma brincadeira boba e infeliz, eu resolvi desmerecer o que eu sentia por você, pra você achar que eu não ligava pra você. E eu ligava, MUITO. Eu gostava de verdade de você, e do que a gente tinha antes das nossas crises individuais. Eu tava apaixonada real e durante muito tempo depois acreditei que ainda estava. Talvez eu tenha sido babaca também por gostar muito de como era antes disso, aquela coisa de termos só a parte boa, enfim, e acabou porque tinha que acabar, normal. Me frustou sua reação, que, de verdade, não esperava, mas enfim, tava se defendendo como o humano que é. Os dois foram grosseiros. Foi tudo desnecessário naquela conversa. Me magoou muito e até hoje me dói. Nunca consegui apagar, mas também nunca precisei reler. Estou escrevendo na tentativa de deixar isso pra trás.
Pra você pode não ter sido nada, pode nem lembrar mais da conversa ou de mim, mas de alguma forma eu tenho a esperança de que essa mágoa que eu negligenciei durante todo esse tempo e somou as minhas outras experiências ruins passe com essa exposição e reconhecimento da minha parte da culpa. Se na tentativa de me preservar te feri na época peço desculpas, não era a intenção, eu só te desejava coisas boas, mas eu também erro. Espero que esteja bem e ,diferente de mim, não fique remoendo esse episódio infeliz. É isso, só precisava dizer
.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Como prometi parei a contagem e, agora, nem lembro o motivo pelo qual comecei. O que me restou dela foi o décimo e os leoninos. Foram tantos que eu nem sei. É como se isso de signo realmente importasse e eles me fizessem sentir como sou e como quero ser, como eu não me sinto a maior parte do tempo. Sol ou vênus, leão sempre presente. No extremo oposto está o décimo. O décimo me faz passar mal até hoje, 1 ano e meio depois. Pensar como foi perfeito e encaixou em tudo o que eu queria, mas não fui o suficiente, mesmo sabendo que não foi exatamente assim. Me colocar nesse lugar me estremece da pior forma, adoeço ao pensar que nunca mais vamos ter a chance de consertar, mesmo sabendo que se tivesse durado seria ruim. Não há meios termos nas minhas relações, tenho falado disso na terapia. Há 10 anos repito nos meus textos aqui: eu não sei dosar. Me abstenho ou me entrego compulsivamente. É difícil viver assim, é cansativo e cada dia mais dolorido. Eu tenho aguentado, mas meu corpo dói. Eu tenho tentado e falhado, mas chegou a hora de aceitar que preciso encontrar um meio termo.

domingo, 30 de junho de 2019

O meu corpo inteiro dói, o estômago revira, o nó na garganta e as lágrimas que não consigo conter. Há muito tempo não me sentia assim, não lembro quando foi a última vez. Esse sentimento de rejeição, de nunca ser suficiente pra nada. Sempre ser preterida por padrões sociais que já não quero alcançar, mas que ainda me doem. O peso de querer viver uma vida leve me sufoca. Tem me sufocado por todas as dúvidas de não saber se estou fazendo certo. Sempre me apeguei ao peso. Dos outros e ao meu. Peso emocional que me move quando é pra ajudar e paralisa quando é meu.