domingo, 29 de agosto de 2010

Palavras pontiagudas

Algumas palavras são pontiagudas, estas quando ditas batem diretamente no coração, que no meu caso, tem ligação direta com os olhos. O impacto faz com que fiquem marejados, a água quer sair, mas tem vergonha, e fica ali atrapalhando a visão até não se conter mais. É instintivo. Deixa as pessoas ao redor sem ação.

Ele sabe quando querem ferir de verdade e quando o outro coração é sincero e não faz por mal, no segundo caso logo passa, questão de minutos. É rancoroso as vezes, quando percebe que não se importam em causar dor, não se desculpam e machucam ainda mais. Esses merecem rancor e não quem traz momentos de felicidade pura e simples e que raramente, por talvez não medir uma palavra ou outra, fere um pouquinho, mas não é de verdade. Eu sei.

Um coração bom e quente se vê pelo olhar, pelo sorriso e pela sensibilidade que se demonstra ao admitir os próprios erros e tirar as pontas finas e cortantes das palavras porque causar dor aos outros lhe fere também.



.

sábado, 21 de agosto de 2010

Volta

Bem humorada, hiperativa e sentimental. Volto a me reconhecer. O gelo derreteu, a pessoa fria desapareceu, pois descobriu que seu coração é muito mais forte do que poderia imaginar. Ele ameaça parar as vezes, é tanto sentimento de sua parte, que quando não encontra reciprocidade vacila, a respiração torna-se difícil, mas aguenta firme, afinal, são pequenas demonstrações do que ainda esta por vir. Não resta mais nada a não ser simplesmente acostumar-se. As feridas foram inevitáveis e junto a elas veio a aprendizado de que não deve-se mudar tudo o que há de bom dentro de si por medo da dor, a ausência das coisas boas pode trazer feridas ainda mais dolorosas, geradas pelas privações de não se fazer as coisas com o tal do amor, aquele que é tão difícil de se acreditar.

Acordei e sem o apoio que esperava cair do céu percebi que a minha nova vida tinha alguns pontos errados. Um deles era o coração doído, apertado e quase sempre rancoroso. Entreguei-me: deveria reassumir o meu "velho coração", aquele que tem me feito tanta falta.




.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Egoísmo

Um idiota, bobo, imaturo, que me irritava o tempo todo, mas o único que entendia e sentia o meu pesar. Quantas vezes encharquei-lhe os ombros e o peito com minhas lágrimas? Oferecia-me o colo mesmo quando chorava por outro, porque ao contrário de mim, não era egoísta, não comigo, não que eu soubesse. "O que os olhos não veem o coração não sente", não é o que dizem? Era confortável, acolhedor e quente nos dias mais tristes e frios. A sensação de proteção foi sempre o que importou pra mim.

Me chamou pra fazer as coisas que nunca gostou e não acompanhava-me quando fazia, para ouvir as músicas que mexem com nossas almas e ofereceu-se para cuidar de mim até o sol nascer. Não aceitei. Agora junto com vulnerabilidade vem o ensejo para deixar o orgulho de lado e voltar atrás do não em resposta. Mas egoísmo tem limite e este com certeza excede ao meu.

Mas (in)felizmente, o idiota em questão, esse que sempre me deu acalento, morreu pra mim há alguns meses atrás, posso até sentir saudade, mas a morte não tem volta.




.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Falta

Sopros de decepção golpeiam-me sem dar espaço para a respiração. São rápidos e indiferentes a falta de ar que podem causar. Sopros que tiraram o mínimo de confiança e alegria que restavam. Vazio inquietante e as vezes doloroso.

Há coisas boas a se falar sobre todos, de mim não há nada de bom ou ruim, apenas uma face dita "fácil de interpretar". Conclusão vaga e equivocada. Se não há nada, também não há razão de sentir falta.

Atingiu a minha incredulidade. Decepcionou pela primeira vez. Sou dispensável para aquilo que julguei ser necessário à mim.

O exagero da minha inferioridades foi multiplicado. Os dias depressivos voltaram e os olhos não secam desde a última noite. Talvez algumas dores ficaram mais pesadas por receber a culpa de não saber o porquê da grande tristeza escorar-se nos últimos dias, mas cada mínimo "esquecer-se" ou "não ligar" vira um soco na boca do estômago.

Bobalhona sentimental, valorizo demais e sou valorizada de menos. Quebrei a cara mais uma vez e o pior é que sei que quebrarei mais dezenas de vezes.




.

domingo, 15 de agosto de 2010

Buba:

Criança chorosa que precisa de atenção e só tem quando não precisa.


.

[re]Pensando...

Meu coração é um brinquedo. Meu porque está preso em mim, mas não sou eu que brinco, não posso. E mesmo se pudesse, não brincaria. Deve ser bem divertido, pois sinto mais de um par de mãos nele. São frias.

O braço torto não era o meu, mas mesmo sem querer fui eu quem dei o meu a torcer, afinal, os sinais pareciam tão claros. Relacionamentos foram rompidos, planos feitos, sempre companheiros, assim seria. Mas pra mim os etílicos não foram suficientes, pra ele foram demais. Não foi e se depender dele nunca será. Não farei mais nenhum esforço pra virar o jogo, já fiz demais.

O sorriso mais bonito eu nunca mais vi. Não que eu não queira ver, acho que ele não quer mais se mostrar. Não sou mais motivo de contentamento, se é que fui um dia. A saudade me entristece.

Foi-se o tempo que tinha azar no jogo e sorte no amor. Agora tenho azar nos dois e mais em uma porção de coisas.



.

sábado, 7 de agosto de 2010

Promessas

Mais uma de suas promessas foi quebrada. Já esperava, mas mesmo esperando causou sensação estranha, um aperto no peito, uma raiva incontida. Promessa quebrada por uma mentira, quebrada só pra causar algum tipo de desconforto. Propósito alcançado.

Há dúvida em não saber se o desconforto é por achar que a ruptura foi um tipo de ataque ou algo que não se pode identificar, enfim. Logo passa, sempre passa.

Achei que as minhas promessas seriam quebradas antes, mas tenho dificuldade em quebra-las, mesmo que tenha muita vontade. Não sei manipular pessoas e nem situações. Não tento. Não recebi esse "dom". Vou vivendo como dá. Não quero mais rancor e nem tentativas de vingança.

Quero um coração realmente livre, não só do amor de ontem, mas de todos os sentimentos ruins que tomaram seu lugar durante os últimos meses.


.