quarta-feira, 2 de março de 2016

Clichê bonito

Foi tudo tão rápido, há três semanas estávamos trocando as primeiras palavras. Eu, falando incontrolavelmente do cachorro que não me deixava dormir, verborragica, como se já o conhecesse e ele, atencioso, prestando atenção em tudo, preocupado veio perguntar depois se o cachorro havia me deixado. Nós mal sabíamos que aquelas seriam as primeiras de muitas conversas desde então.
Alguma coisa mudou, o meu pulso ficou acelerado, a respiração ofegante, veio a ansiedade de ver alguém como há tempos não sentia. Eu tive muito medo de me sentir assim de novo, mas veio sem que esperasse e me caiu muito bem. Sou eu mesma, sem podas ou descontroles. Sou eu de novo fazendo piadas sem graça e dando carinho sem receio. Ele aceita tudo da maneira mais doce e gentil. Eu me rendo a todos os clichês: o cheiro, o gosto, o sorriso, som da risada tudo de mais bonito se espalhando pelo quarto enquanto me deito em seu peito e ouço seu coração bater mais forte quando me chama de amor em vez de querida. De fato, ainda é muito cedo pra declarações, mas voltando aos clichês "parece que a gente se conhece há tanto tempo" que eu fico feliz em escapar um apelido carinhoso ou uma cara de apaixonado de vez em quando e isso me faz querer dividir muito mais dias com a pessoa que vem mudando meu humor e, de alguma forma, a minha vida.