Foi tudo tão rápido, há três semanas estávamos trocando as primeiras palavras. Eu, falando incontrolavelmente do cachorro que não me deixava dormir, verborragica, como se já o conhecesse e ele, atencioso, prestando atenção em tudo, preocupado veio perguntar depois se o cachorro havia me deixado. Nós mal sabíamos que aquelas seriam as primeiras de muitas conversas desde então.
Alguma coisa mudou, o meu pulso ficou acelerado, a respiração ofegante, veio a ansiedade de ver alguém como há tempos não sentia. Eu tive muito medo de me sentir assim de novo, mas veio sem que esperasse e me caiu muito bem. Sou eu mesma, sem podas ou descontroles. Sou eu de novo fazendo piadas sem graça e dando carinho sem receio. Ele aceita tudo da maneira mais doce e gentil. Eu me rendo a todos os clichês: o cheiro, o gosto, o sorriso, som da risada tudo de mais bonito se espalhando pelo quarto enquanto me deito em seu peito e ouço seu coração bater mais forte quando me chama de amor em vez de querida. De fato, ainda é muito cedo pra declarações, mas voltando aos clichês "parece que a gente se conhece há tanto tempo" que eu fico feliz em escapar um apelido carinhoso ou uma cara de apaixonado de vez em quando e isso me faz querer dividir muito mais dias com a pessoa que vem mudando meu humor e, de alguma forma, a minha vida.