quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Meus trânsitos astrológicos, o tarot e até o iching disseram que devo desistir de pessoas que não me servem mais. Minha família, meus amigos e até ele disseram implicitamente. Eu já me disse isso milhares de vezes. Não adianta. O maldito apego ao passado não me deixa seguir. Passa logo, passa. Passa pra eu passar.

Wash



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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Quando eu era criança eu vivia perguntando pro meu pai:
- Posso gritar?
E quando minha mãe não estava por perto ele dizia:
- Vai lá na janela e GRITA (com a cara de arteiro que quem conhece seu Geraldo sabe)
Eu chegava na janela grande de vidro que pegava a parede da frente da sala inteira e gritava a plenos pulmões.
Quando a gente ia pro sítio onde a família morava ele falava:
- Vai andar por aí e gritar se quiser, porque a gente já vai embora.


E eu ia porque sabia que não ia poder extravasar com a frequência que gostaria quando chegasse em casa. Era uma alegria que até hoje não sabia explicar.


Há uma semana esse velho teimoso que sempre me ensinou a fazer arte escondida da minha mãe vem me deixando preocupada e ontem ele murchou. Nunca vi meu pai daquele jeito e nunca senti tanto medo. Medo de perder o homem mais importante da minha vida.

Hoje a tarde, quando recebi a notícia de que descobriram o que ele tinha, já tinha sido operado e estava bem, senti a mesma vontade de gritar, senti a mesma alegria e entendi. Essa alegria não era de poder gritar na janela e sim de ter um pai tão maravilhoso quanto o meu que sempre me deixou livre pra fazer minhas próprias escolhas sem me julgar e querendo apenas que eu fosse feliz.


terça-feira, 8 de setembro de 2015

P e B

Não quero mais o antigo, o que me tirou a cor, chega de filme repetido. Quero filme novo, cores novas. P, preto, nó. B, branco, laço. Já disse que tudo na minha vida é extremo, quero meio. Novas cores...sem nó, um novo laço, menos frágil. Já disse, quero filme novo. Minha sina com cinema deve ter algum propósito: trouxe filme novo? 



sábado, 5 de setembro de 2015

"Someway, baby, it's part of me, apart from me."

Toda vez que o vejo é a mesma coisa: me sinto uma adolescente incompreendida. Primeiro a felicidade de vê-lo de novo, conversar, falar qualquer coisa sem sentido. Depois me sinto sufocada: "Por que isso nunca passa?", já cansei de me fazer essa pergunta. Amanhã faz dois anos desde que me roubou o primeiro beijo. Não quero mais o impossível, lágrimas pelo que não vai mais voltar. Essa sensação de impotência me mata aos poucos e eu só queria vê-lo sem querer sumir depois. Conheci a pessoa mais incrível do mundo, mas que, definitivamente, não é pra mim.