quarta-feira, 12 de junho de 2019

Leoninos

O vigésimo primeiro foi aquele que eu nem imaginava que eu pudesse conhecer, mas na primeira vez que o vi numa foto senti toda a sensualidade, sexualidade... pensei em outras palavras, mas não encontrei outra melhor para descrever a minha primeira percepção. Quando vi a imagem daquele homem de traços leves, mas de aparência bárbara, não pude deixar de compará-lo a um animal pesado, mas de movimentos leves e precisos, algum felino que aparenta rugir alto, mas que no fundo não passa de um gato manhoso.
Numa manhã de terça-feira, antes no meio dia, sem planejar, um convite e um encontro. Não podíamos acreditar que era real. Eu, com um osso quebrado, sendo irresponsável pra não deixar a oportunidade passar. Fui preparada pro pior apesar de querer aquele homem há meses. Meu humor andava uma merda e eu sabia que o dele não estava dos melhores (meus padrões de homem: depressivos, ansiosos, tímidos e, as vezes, todos em um só). Tentar descrever que foi melhor do que eu podia imaginar é muito clichê, mas a pancada da minha queda afetou a extensão do meu vocabulário e a organização das palavras na minha cabeça. Queria devorá-lo inteiro e fiquei pensando naquele dia, achando que não ia ser tão fácil encontrar alguém que preenchesse meus buracos por um dia como ele preencheu, até que encontrei outro leonino, amigo daquele meu passado que me fez iniciar essa contagem e a contagem termina aqui, no vigésimo segundo. Já havia perdido o sentido, mas resolvi registrar dentro dela o último improvável. O vi tantas vezes e nunca imaginei lembrar dele com frio na barriga do tesão contido e a vontade de mais. Espero repetir os leoninos por tantas vezes forem necessárias para saciar todas as vontades. Espero repeti-los com toda a sinceridade usada até aqui para todos saírem inteiros. Ilesos. Corações ilesos e desejos liquidados, dilacerados em pedaços bons de pessoas inteiras.

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