quarta-feira, 12 de junho de 2019

Cóccix

Ando sumida, cai e fraturei um osso que me obrigou a parar e encarar a minha vida e tudo o que tenho fugido. Foram dias de desespero, pela dor fisica e emocional. Dez dias sem sair de casa, sem animo pra nada que não fosse cuidar dos meus gatos. Abdiquei dos meus prazeres pra me dar o direito de viver num limbo de um poço sem fundo que eu venho ignorado, sempre que posso, a minha vida inteira. Não é por mal, mas minha memória anda falha e eu não consigo mais encontrar pontos importantes, o psicólogo disse que é  sinal de que estou no caminho certo. Sonhos com água, prisões e pessoas que amo se machucando sem eu poder fazer nada, sonhos que se repetem. Na vida os padrões também se repetindo, logo agora que achei que não  fosse rastejar duas vezes pelo mesmo caminho.  Comecei a tatuar na pele uma cobra no início desse processo. Comprei outra cobra, como cajado, para abrir esse caminho e me ajudar a levantar quando a dor me impedir de fazer isso sozinha. Se eu me sentia sozinha antes de isso tudo acontecer,  agora me sinto muito mais. Meu mapa astral dizia isso, mas meu lado cético não me deixava acreditar. É hora de sentir a solidão, a que sempre temi e fugi, me enchendo de companhias tóxicas e problemas dos outros pra não encarar os meus. Chegou a hora e eu fui obrigada a parar. Já  faz 2 meses e eu ainda nem sei por onde começar.

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