quinta-feira, 18 de junho de 2015

Sonho pra por na realidade

Dois anos depois e eu sonhei com o nó. Sonhei como se eu ainda estivesse doente dele. De nós. Implorava a atenção de alguém que não tinha forças nem pra amar a si mesmo. Apático na cama o nó mal me respondia. Eu o abraçava pra ele se sentir melhor, como sempre fiz (primeiro ele e depois eu). Dormia com ele e acordava na minha cama, vezes seguidas, um sonho dentro do outro.

Só agora me dei conta do porquê estou pesarosa nos últimos dias. O choro que vem do nada, o aperto no peito me sufocando e que faz questionar: o que deixei passar pra me sentir assim?

Há dois anos senti esses sintomas multiplicados muitas vezes, me tiraram a fome, a saúde e a vontade da vida.

O que eu deixei passar? Talvez o luto pelo fim do meu ciclo,  nesses dois anos muita coisa ruim em mim morreu e muitas boas nasceram. E tudo isso foi doído. Somatizou e doeu nos meus ouvidos quando me recusei a ouvir. Na minha garganta quando eu não quis ou não consegui falar. No peito quando sufoquei com tudo guardado. No meu estômago quando não consegui digerir o que aconteceu. Na minha pele quando só o que eu queria era não ser eu.

Parece clichê, mas com a dor aprendi a usar a energia do universo a meu favor.

Ainda não sei domar, mas fujo da posse e de tudo que me prende e entristece. Aprendi que nasci pra ser livre, as vezes sozinha, pra ver tudo que sempre tive medo de ver de perto: o meu eu de verdade.

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